AMR22 + SV-Hair

O carro da Aston Martin é bonito e tem linhas harmônicas. Mas perdeu para o layout novo de Sebastian Vettel

A Aston Martin foi a primeira equipe, na prática, a mostrar um carro para a temporada 2022 da F1. As duas equipes que fizeram anteriormente, Haas e Red Bull, falharam nesta tarefa: a primeira só jogou fotos porque deve ser o que tem – e não se espera muito; da segunda, ao menos se aguardava um carro com que se pudesse ter uma análise clara das soluções encontradas por Adrian Newey, mas usaram um show-car só para que se tivesse uma ideia da pintura e da base. O AMR22 surgiu em apresentação nas redes sociais da equipe e contou com a presença dos titulares. Aos detalhes:

Aston Martin AMR22

O carro em si é bem bonito e perdeu as referências à BWT, a marca de água que coloria os carros de rosa e deve ser a nova patrocinadora da Alpine. No lugar, veio um verde-limão que deixou o carro verde-britânico imponente.

A diferença é de fato bem grande para os carros do ano passado e para o que estamos acostumados de ver em um modelo de F1, bem mais limpo e sem penduricalhos como soluções aerodinâmicas. É, digamos, um carro das antigas, meio anos 80/90. O bico é que passa de cara essa impressão: o do AMR22 não é tão curvilíneo como o visto no RB18 ‘fake’, mas tem linhas únicas, sem sobressaltos.

Os endplates dianteiros – as peças laterais da asa – são imponentes e, a princípio, mais extensos que os da Red Bull.

As entradas de ar ao lado do cockpit são quase quadriculadas e bastante compactas, bem menores que as versões dos carros antigos. Há ali flaps simples para canalizar a passagem de ar.

Em uma comparação com o desenhinho da Haas, dá para ver que se trata realmente de um carro de linhas harmônicas e robusto, sobretudo na parte traseira. O AMR22 ocupa praticamente todo aquele espaço até chegar na suspensão traseira, enquanto o do projeto do VF-2022 parece um bobsled. Talvez completem o que está faltando com argamassa, não sei.

A asa traseira não tem o formato de M do carro da Red Bull, corroborando as linhas simples do projeto.

Dizem que se trata do segundo ano de um projeto de cinco para que a Aston Martin brigue pelo campeonato da F1. Querem brigar por pódios aqui e ali. Fico levemente incomodado com este discurso. Dá impressão que fizeram um carro que já sabem não ser lá estas coisas. Com o dinheiro que tem, e as ambições familiares dos Stroll, é pouco. Ao menos, foram dignos em não enganar o público e lançar, de fato, um projeto existente.

Mas o que chamou a atenção mesmo foi Sebastian Vettel. O calvo Rodrigo Berton resume por mim melhor do ninguém.

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