Is that Glock?

Felipe Massa vai correr com Timo Glock a Corrida de Duplas que abre a temporada 2022 da Stock Car na semana que vem em Interlagos. O brasileiro já vinha indicando que seria um alemão em suas redes sociais, mas as apostas iam até em Sebastian Vettel, raramente passando pelo escolhido. Enquanto repercussão de mídia, é certamente o melhor par para a prova da categoria brasileira. Uma tacada certeira de Felipe.

E que há de servir para tentar, talvez pela última vez, arrancar desta espécie de negacionista de automobilismo a ideia torta de que Glock, então piloto na Toyota, abriu para Lewis Hamilton passar no contorno da Junção e tirar de Massa o título de 2008 na última volta naquele mesmo Interlagos que vivera a melhor decisão de título da F1.

Mais de 13 anos depois, esta gente jura que era um complô, que estava tudo armado, que Glock correria pela Mercedes e teria vida longa na F1. O coitado se manteve na temporada seguinte na Toyota, que resolveu dar o pé nos fundilhos da categoria sem nada ter conquistado. Glock se viu sem nada e foi parar na estreante Virgin, a equipe de Richard Branson que hoje quer levar gente pro espaço. Timo foi para o fosso. A Marussia comprou a escuderia, mas o desempenho se manteve o mesmo em 2011 e 2012. Cansado, Glock largou tudo e foi para o DTM. Onde habita desde então.

Falando na Stock Car em si, é um desafio e tanto tocar um campeonato em tempos de pandemia. Neste sentido, o comando de Fernando Julianelli é exemplar. O homem estava rico e feliz fora do automobilismo desde que havia saído da Mitsubishi, mas topou o convite da Vicar para ser o CEO. Buscou patrocinadores novos e saídas para burlar a ausência de receita vinda de ingressos e dos negócios feitos nos camarotes e bastidores até pela experiência que tem em outras frentes – gerencia outros negócios, como sua cerveja e um app de produtos naturais. Tomou uma decisão melhor ainda, e até estranha nestes tempos, foi a de vetar entrada do público para esta etapa enquanto o futebol, por exemplo, largou mão e deixa os estádios encherem em tempos em que o coronavírus já voltou a matar mais de 1.000 pessoas por dia no Brasil com sua variante Ômicron.

Que a Corrida de Duplas, para nós que veremos pela TV, seja um sucesso e abra a temporada que há de retomar, no ponto certo, a normalidade das ações no esporte a motor brasileiro.

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