Marina Bay Watch

SÃO PAULO | Fazia um bom tempo que não se via uma classificação na incógnita de quem seria o pole sem se resumir aos dois pilotos da melhor equipe. Isso porque Ferrari e Red Bull fizeram parte do jogo, que teve a Williams correndo por fora. Claro que a Mercedes era favorita, mas foi Massa quem terminou a primeira rodada do Q3 na frente, Ricciardo apareceu bem e só depois, com esforço, que Hamilton e Rosberg pularam para a ponta, separados pelos damn it! 0s007.

Com os oito pilotos destas quatro equipes muito bem hoje — seriam 12 em 2015? —, a disputa pela pole acabou sendo empolgante, a melhor do ano. Projeta uma corrida muito interessante, mas talvez nem tão animada quando a classificação. A dificuldade em ultrapassar deve atravancar o negócio, a não ser que as estratégias de paradas façam valer os momentos diversos de desgaste e melhor uso de pneus. Menos de duas, ninguém deve fazer; a questão é verificar se parar uma a menos é tão vantajoso assim quanto parece.

Porque tem uma questão interessante nisto tudo: o tanto que os pneus supermacios estão mais rápidos que os macios. É coisa de 2s, muito para os padrões. Aquele que soube conservar um set de vermelhos novos para a corrida vai ter grande vantagem. E ninguém deve ter mais de um jogo zerado porque todo mundo se viu obrigado a usá-lo até mesmo no Q1.

Uma coisa que parece clara se explica no comentário de Lauda a Wolff nos boxes da Mercedes, “eles estão se aproximando da gente”. “Eles” se refere aos rivais, OK, mas também à evolução do trabalho de Ferrari e Renault — a não ser no caso de Grosjean, que parece levemente puto com os “malditos motores” franceses.

Ao grid em si: Hamilton e Rosberg lado a lado numa reta que não é lá muito grande. O inglês sai do lado limpo, mas externo. Uma presepada qualquer de Lewis entrega a primeira posição ao alemão. Na segunda fila, Ricciardo e Vettel, que costumam largar bem; na terceira, Alonso e Massa, idem; os finlandeses Räikkönen e Bottas dividem a quarta fila e têm altos e baixos quando partem. A tendência é que todos realmente andem juntos, e se isso se confirmar, talvez antecipar a primeira parada e encontrar a pista livre para girar rapidamente seja a chave do negócio para aquele famoso bote.

(Enquanto escrevo este texto, Renan do Couto vem me falar o seguinte: “Se a McLaren ganhar, eu levo 300 reais”. Acho que a visão do prisma é diferente: saber quanto o jovem perdeu na aposta. Magnussen vem em nono na mesma balada ali, mas não demonstra ter maiores ambições.)

Sei lá, mas a corrida tá com uma cara de resultado surpreendente… tipo Alonso, o rei de Cingapura (…), vencendo só para que Montezemolo, aproveitando o fim do verão na Toscana, ache que colocaram um ‘buona notte, Cinderella’ em seu vermute na Toscana. Ou mesmo Vettel, um dos reis da pista de Marina Bay, que tá numa nhaca que voticontar. Se fosse à la Renan e tivesse de apostar em alguém que não a dupla da Mercedes, colocaria no alemão; se for no trivial, iria de Rosberg.

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