Polis de Indiana, 24

INDIANÁPOLIS | Daí que acordamos e fizemos toda a programação: subir as últimas notícias d’hoje, comer num restaurante de umas japas/chinesas/vietnamitas a não mais que 7 obamas por cabeça, ir ao museu do IMS e devolver a chave do #439, entregar o Abacartão e ir para o aeroporto. Diferente da vinda, por Washington, a volta é por Chicago.

Tudo havia dado certo até então, até mesmo a quantia exata para deixar o carro devidamente abastecido. A despedida foi triste; o apego ao Abacartão existiu. Já no aeroporto, de bucho cheio e com a certeza de que a comida estava melhor do que aquela noite em que fomos ao mesmo local, despachamos as malas — que passaram 1 ou 2 quilos, nadinha mais que isso… — e esperamos.

Ainda estamos esperando.

O voo estava programado para deixar Indy às 19h15. De repente, a tiazinha do portão 21 avisa que há uma tempestade profissional em Chicago e o voo vai estar ficando certamente atrasado. Como americano é justo, a representante do 23 também diz ao mesmo ao seu populacho, mas com um tom mais duro a quem ia a Cleveland: “The flight has been cancelled”. Para meu espanto, nenhum chororô; a Evelyn disse que já teria baixado a pomba-gira para desgraçar a vida do dono da companhia aérea.

Tivemos de pegar uma fila para a tiazinha do 21 verificar caso a caso. Demorou uma eternidade a quem estava à frente, gente que ia para Sacramento e outros cantos. Tinha uma indiana que precisou pegar o telefone para resolver a vida. Outros não tinham alternativa a não ser esperar. Chegou nossa vez. A tiazinha do 21 olhou, pegou o telefone e sentenciou: “O voo de vocês vai sair a tempo de Chicago para São Paulo”. Mas às 9 25 PM, madame? “Sim”, dá tempo. E se não der, tiazinha do 21? “Só amanhã”.

Agora, 8 03 PM, a tiazinha madame do 21 já fala em um novo atraso de 16 minutos, prevendo a saída para 8 46 PM.

Tô vendo que vou fazer companhia para a Evelyn no baixar do que eles chamam por aqui de ‘turned-pigeon’.

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