Ferrari F1-75: fina

Olho para esta F1-75 da Ferrari e gosto. Simplesmente gosto. Não sou aerodinamicista nem engenheiro, mas se fosse esse eu o pai desta criança, sentiria orgulho. O carro novo tem uma finesse diferente dos demais apresentados até agora. A asa dianteira que vai afinando e traz um V interessante na ponta do bico é uma teteia. A parte traseira côncava e com brânquias também é bem interessante. A asa traseira em M, mas um M não igual ao de Red Bull e AlphaTauri também desperta atenção.

E tem a história da asa dianteira ser modular, com uma base pronta e um encaixe que pode ser alterado a cada corrida de acordo com as características de cada pista sem precisar de aprovação ou reprovação da FIA. Nem parece que é aquela Ferrari que conhecemos bem.

Bons pilotos, há: Carlos Sainz, que terminou na frente de Charles Leclerc seu campeonato de estreia na equipe, tem já reconhecimento da equipe – e precisava ter reconhecimento muito maior do povo; nunca se coloca o espanhol dentre os destaques da nova geração porque todo mundo se embevece pelo próprio companheiro, por Lando Norris, por George Russell, etc. E Leclerc é um piloto extraordinário: rápido, consistente, combativo – lembro bem daquele GP da Inglaterra em que ele jamais perderia posição para Max Verstappen depois da vitória que perdera na prova anterior, na Áustria.

A questão ali é Mattia Binotto. Houve tempos que sua capacidade foi extremamente questionada, mas o episódio do motor aparentemente fora do regulamento e do acordão com a FIA deram uma estranhada acalmada em sua posição na Ferrari justamente porque o time foi um arremedo em 2020 com aquela unidade de potência fraca e 2021 teria de ser um ano de passagem para este, sem grandes investimentos em um carro que já teria vida curta. Binotto tem de mostrar que pode, tal qual seus pilotos, ser forte como Toto Wolff e Christian Horner, algo que esteve sempre longe de ocorrer.

Em suma: a Ferrari parece ter acertado a mão mesmo. O problema é acertar sempre. Algo que a Scuderia nunca faz.

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