Haas e a filosofia virtual

A filosofia da Haas, no fim das contas, é ser qualquer coisa fora das pistas

Quando na quinta-feira a Haas quis, digamos, surpreender o mundo ao anunciar o lançamento do VF-22 para esta sexta, já dava para entender o que viria. Não era só a pintura renderizada do carro em si: é uma filosofia que tem sido aplicada por uma equipe que até ensaiava alguma notoriedade na F1, mas que está ali para compor o grid e se dizer a americana da categoria. Ou nem isso.

Porque o layout do carro que só existe, provavelmente, na garagem do time de Gene Haas e chefiado por Guenther Steiner é uma continuidade daquele do ano passado: o russo. Imagino o quanto o glorioso empreendedor que tem êxito na Nascar conta os dias para que Dmitry Mazepin se empolgue e leve a escuderia de assalto. Gene, lembre-se, é aquele que foi photoshopado na imagem de despedida da Haas em Abu Dhabi. Evitou a fadiga e nem quis aparecer no circuito para tal. Voltando à pintura e ao ato em si: indicam o que será 2022. E quando se observam as declarações: praticamente confirmam o que será 2022.

Disse Steiner: “Todos nós sabemos do que o time é capaz, já provamos isso no passado, e com esse novo carro, nascido de um novo regulamento e com nosso novo design, estou confiante de que podemos mostrar novamente que podemos competir nos fins de semana”. Provamos isso no passado. Entendo. Aí o glorioso destacou: o carro não mostra as atualizações todas e será “um pouco diferente” nos testes. Ora, por que mostrou esta coisa então? Enfim. Segue. Após ressaltar o projeto complexo que precisou de uma nova estrutura para a criação do VF-2022, Simone Resta, o diretor-técnico, emendou: “Se olharmos de onde começamos, este time já é um sucesso”. OK.

Time de destaque em edições anteriores da série ‘Drive to Survive’, a Haas abriu mão de 2021 por este novo momento da Fórmula 1. A meta é “voltar ao bolo”. Querem voltar ao bolo marcando uma apresentação virtual de supetão e demonstrando que tiraram, na prática, um ano sabático com a mera esperança de retornar ao pelotão intermediário. Sendo que um dos pilotos é quem sabemos do que é capaz. Oh, Nikita, you will never know anything about F1.

A filosofia da Haas, no fim das contas, é ser qualquer coisa fora das pistas.

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