Como as leis que suspenderam Brasil x Argentina podem afetar o GP de São Paulo de F1

A determinação de uma quarentena de 14 dias em solo brasileiro para residentes ou passageiros oriundos do Reino Unido, sobretudo, se devidamente seguida à risca como aconteceu com quatro jogadores da Argentina e que teve, como consequência, o adiamento do jogo contra o Brasil pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, pode afetar a realização do GP de São Paulo de F1.

Não estão nada claros os fatos, até o presente momento, que se sucederam no futebol para que a partida não acontecesse na NeoQuímica Arena, em São Paulo, na tarde deste domingo. A princípio, os quatro jogadores argentinos que pertencem a times ingleses omitiram em seus cartões de chegada, dias atrás, na alfândega do país, a estadia no Reino Unido. O caso teve seu fato visível na presença de membros da Anvisa e da Polícia Federal dentro do gramado quando o jogo já tinha 6 minutos. A Argentina se retirou de campo. A partida foi suspensa.

Entende-se que os jogadores em questão serão deportados porque infringiram as leis sanitárias do Brasil.

Se as leis ainda estiverem em vigor até a penúltima semana de outubro, a situação fica delicada para a realização da corrida, remarcada para os dias 12 a 14 de novembro.

Aplicando um cálculo meramente numérico, quem quer que more ou tenha passado pelo Reino Unido e não seja brasileiro deve cumprir 14 dias de restrições de locomoção em território nacional. Assim, este período se iniciaria, em última data, em 28 de outubro, terminando na quinta-feira, 11 de novembro.

Isto acaba sendo mais rígido para quem estiver envolvido diretamente com o Mundial de F1. Porque se qualquer um dos membros – de pilotos a mecânicos, de dirigentes a engenheiros – que viaja a todas as corridas pisar em solo britânico em 28 de outubro ou em data posterior não pode participar do GP de São Paulo.

É porque o GP da Cidade do México acontece uma semana antes da etapa em Interlagos, ou seja, entre 5 e 7 de novembro.

Há um GP dos EUA marcado para 24 de outubro. Na prática, todo este cenário indica que ninguém da Fórmula 1 pode pensar em voltar para um destino que passe pelo Reino Unido, que tem 70% das equipes lá baseadas, depois da corrida em Austin. Senão não cumpre a quarentena no Brasil.

O GP de São Paulo está assim denominado depois da briga política entre o governador de SP, João Doria, e o presidente Jair Bolsonaro, outrora aliados figadais. A Anvisa é um órgão federal.

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