Fazendo número
SÃO PAULO | Falta pouco mais de uma semana para os carros irem à pista. Carros que já eram para ter ido à pista não fossem os barenitas copiões dos tunisianos e egípcios e armarem uma rebelião que impediu a corrida naquelas terras — e aqui não vai nenhuma queixa embutida ou disfarçada; cada povo sabe onde o calo lhe aperta e se manifesta da forma que convier, é lícito. A F1 tem discutido uma série de coisas, dentre as quais dois assuntos principais: os pneus da Pirelli, que desmancham como manteiga no bolo de fubá que a vovó acaba de tirar do forno; e a tal da asa traseira móvel, sua aplicação e suas consequências, como as regras de flip and flap (termo que inventei para o abrir e fechar) e absurda zona de ultrapassagem.
Muito bem. Acordei cedíssimo hoje, tenho muito que fazer. Dei uma leve folheada no jornal, tomei meu café — sem bolo de fubá; não tenho vovó e não gosto muito, é seco demais —, acessei a internet e tal e pum!, dei de cara com uma declaração de Jean Todt e um desejo de mudança. Oh!, pensei, agora o cara vai agir e acabar com esta patacoada toda. Todt está empenhado em uma batalha e tem brigado muito. “Preciso ter uma boa base para mudar”, bradou. “Tenho de ter no mínimo uma opinião positiva entre o grupo da F1”.
Todt quer aumentar os números dos carros. “Porque é muito difícil identificar um piloto”…
Daí segue a ideia. “Como na Nascar… um piloto que está chegando à F1, pega um número. Ele vai mantê-lo por toda carreira. Você poderia identificá-lo pelo número”. OK, a proposta é boa, vale seguir algo que também tem na Indy e a MotoGP. Mas o camarada tá lá na FIA faz um tempão, negócio tá pegando fogo no mundo, a temporada começa num pulo e o rapaz tá preocupado só agora com o tamanho da fonte Arial 36. Taca um numerão pra todo mundo ver quando o Zezinho vai poder ultrapassar o Huguinho nos 600 metros da zona. Bota um numerão pra galera toda saber que o cabra tá nos pits pela quinta vez numa corrida para trocar o pneu escangalhado.
Putalamerda.
Gosto da idéia de números fixos e maiores. É algo que todos gostavam antes.
André / Piloto no http://www.f1bc.com
Quase acertou!
Em computês é “flip-flop”, termo conhecido no meio, que tem o mesmo sentido que você expressou.
abs
Tenho visto as mais estapafúrdias opiniões sobre esta asa trazeira, erroneamente chamaa de aerofólio. Bem ela é móvel, então perguntem a opinião de quem andou com coisa parecida, e que em me lembre quem usou um dispositivo semelhante a este, foi o senhor Emerson Fittipaldi, com o Lotus 49, carro que usava uma “venesiana” tal qual esta, ou se preferirem chmem de “persina”, ou ainda de “janela pantográfica”, mas o fato é que quando Emerson estreou no Lotus 49, usou tal dispositivo móvel.
Victor, sensacional. Esse Gustavo aí de cima é um babaca. Pessoalmente, acho que o nº vitalício é uma marca da NASCAR e Mundial de Motos, OK. Por exemplo, sei que o Simoncelli é o 58, porque me amarro na tocada do cara e é o meu ano de nascimento, assim como sei que o Rossi é 46 e o Stoner 27, mas os outros… não faço a menor idéia. A F1 por ser única, deveria manter os seus padrões de numeração por ordem de classificação no ano anterior, e quando o cara é um fora-de-série, seu muneral será lembrado, como o 27 do Gilles Villeneuve, o 5 vermelho do Mansell, o 12 e 27 do Ayrton. E o número 1 tem que ser do Campeão.
Tá certo Victor, isso é coisa pequena diante de todo o resto. Mas acho que aumentar o número seria uma boa para o espetáculo. O ideal seria que voltasse á numeração de antigamente, cada equipe com o seu. Quem não lembra dos Tyrrell 3 e 4? ou das Lotus 11 e 12, ou da Williams 5 e 6 com o Mansell usando o lendário ‘Red Five’?
Uma boa idéia e melhor tarde do que nunca.
o Clint Bowyer usa o 33, Paul Menard usa o 27.
Na verdade na indy e na Nascar os números pertencem a equipe o piloto muda de equipe o número muda na moto gp e na stock car brasileira que os números pertencem aos pilotos.
Victor, nem sei porque perco meu tempo lendo suas colunas.
São fracas demais, carecem de fundamento, de substância.
Até nunca mais.
VM responde: Poxa, Gu, que triste… Mas antes de você ir, saiba que isso não é uma coluna.
Victor, na verdade, nao é que um piloto tenha um numero fixo no automobilismo americano. Este numero pertence à categoria e ela a empresta (podendo ser de modo vitalicio) a equipe. Tanto que quando um piloto muda de time, muda o numero para o carro que possui o numero.
Exemplos de situaçoes diferenciadas a respeito temos na NASCAR:
– Clint Bowyer usou por boa parte da carreira o numero 07. Desde 2009, usa o 27, mas isso aconteceu sem mudar de time, apenas por decisao do chefe Richard Childress.
– Alias, o mesmo Childress possui os “direitos” de uso do no. 3, do lendario Dale Earnhardt. Por respeito a Dale e a Richard, amigo pessoal e chefe do time de Dale, a NASCAR permite a permanencia de seu numero 3 com eles, mesmo que nao o use, como uma forma de homenagem ao homem, cuja morte mudou a NASCAR no seu modo de pensar e agir.
Fazer dos numeros “propriedades” das equipes nao seria uma má ideia. Mas ate acontecer vai ser um problema, visto que a F-1 nunca foi adepta a aceitar as (boas) ideias vindas do automobilismo americano. Para aceitar a bandeira amarela, foram mais de 10 anos…
Seria otimo mudar mesmo os numeros da F1, mas a respeito da Nascar, dificilmente o piloto carrega o numero, que pertence a equipe, fica identificao porque geralmente correm a vida toda por uma equipe apenas, e mesmo assim ainda mudam os numeros como no caso de Dale Earnhardt, e concordo plenamente com você, alterar tamanho e criterio de numeração dos carros da F1 é coisa pequena diante de tudo que precisa ser feito, mudado, corrigido e até banido da categoria.