Blame Canada, 7
SÃO PAULO | As oito primeiras voltas do GP do Canadá me fizeram crer duas coisas: que haviam sido melhor que todos os jogos da Copa do Mundo até então e que Bernie Ecclestone é um bocó por ter deixado este circuito de fora da F1. E contribuiu para isso a Bridgestone, que entregou uma remessa de pneus moles e duros atípica, de menor durabilidade, fazendo com que as equipes partissem para estratégias até na base da surpresa. Assim, já tinha gente nos boxes na volta 4. Muito antes, Massa e Liuzzi já o tinham visitado.
Liuzzi partia em quinto disposto a mostrar que não é o piloto de desempenho mediano que se tem visto e com uma Force India que quer ser grande. Não largou lá muito bem, e Massa, em sexto, só não conseguiu superá-lo por completo porque tinha Button pouco à frente em sua trajetória para atrapalhá-lo. O choque da primeira curva, incidente de corrida, iria fazer com que Felipe ficasse atravessado no meio da pista, mas o próprio carro de Vitantonio tratou de endireitá-lo. E os dois foram se tocando durante a curva 2 até que os veículos fossem se desfazendo. No fim das contas, uma disputa com um alguém que não vai brigar pelo título só trouxe prejuízos a Massa, que, sem nenhuma entrada do safety-car, viu sua corrida perdida. E pontos que seriam importantes e provavelmente altos, já que finalmente era competitivo. Para emendar e encerrar o tema, ainda foi prensado por Schumacher no fim da prova quando buscava um mero ponto e se viu em 15º e com uma punição posterior por ter excedido a velocidade nos pits em sua parada extra para trocar o bico avariado. É tipo a prova de descarte, ruim, que todo piloto acaba tendo na temporada.
Quem havia largado de pneu mole parou até a sétima volta. Até lá, Alonso e Hamilton brigavam pela liderança, com Button em terceiro. Depois, Vettel e Webber apareceram na ponta, trazendo um pouco atrás Kubica, o trio dos ‘durões’ entre os dez primeiros. Só que a vantagem que pareciam ter acabou indo para o espaço quando os rivais, com calçados com pneus novos, começaram a virar mais rápidos que a dupla da Red Bull. Quando os taurinos pararam, voltaram em quarto e quinto.
E mesmo com a constante da prova, o desgaste, os melhores carros do ano não evoluíram. Hamilton e Alonso tinham performances semelhantes. Na pista, Alonso conseguiu superar o rival por duas vezes, mas mesmo parecendo ligeiramente mais rápido, Fernando acabava aparecendo sempre atrás do ex-companheiro depois das paradas nos boxes.
Button, naquele andar de lorde, começou a perturbar Alonso quando este já parecia mais ou menos conformado com o segundo lugar. A ultrapassagem veio quando o ferrarista se atrapalhou com a presença sempre lenta de Chandhok na pista. Assim, Jenson completou mais uma dobradinha da McLaren, a terceira no ano. Button superou Webber na classificação, mas acabou ultrapassado por Hamilton, o novo líder da competição.
Os comissários, dentre eles Emerson Fittipaldi, tiveram trabalho em Montreal. Só Petrov recebeu duas punições. Incidentes entre Kubica e Sutil e aquele de Massa com Schumacher merecerão análise mais precisa. Ultrapassagens que até envolveram quatro carros ao mesmo tempo — incluindo, de novo, Massa e Liuzzi — chegaram a ser vistas. Buemi, que liderou a corrida por uma volta, mereceu aplausos, e o oitavo lugar não reflete por completo sua tarde. E a Sauber é o ápice do ridículo.
O GP do Canadá foi o melhor do ano. E torço para que a Bridgestone dê pneus semelhantes para que a próxima etapa, na chata Valência, possa gerar algo minimamente legal quanto o que vimos hoje.
Ah, e mais um detalhe que chamou a atenção: arquibancadas cheias. Ou seja, pouca gente se importou de verdade com a Copa do Mundo a “atrapalhar” a F-1. Neste final de semana, ponto para Bernie, ao não estar nem aí se tem Copa ou não. Seu esporte foi um sucesso. Só vamos ver como vai ser na final…
Além da excelente corrida quero destacar a melhor transmissão da Globo dos últimos anos. O narrador narrando sem dar maiores pitacos, parando de falar na hora do áudio dos rádios das equipes, a repórter chamando e sendo atendida na hora para fazer entrevistas oportunas com os pilotos, os comentaristas podendo fazer suas inserções na hora certa, sem ter falar depois de uma hora que o fato aconteceu, etc… Todos trabalhando com entusiasmo, motivados e com alegria, num clima excelente. Quando a Globo vai perceber que ninguém agüenta mais o ditador “Gavião” Bueno nas transmissões…
Vocês notaram que: O Hamilton ganhou as duas corridas que a “namorada” assistiu? Ela já não freqüentava o paddock, coincidência? Não! O cara já se mostrou “fraco”, “suscetível”, foi formatado! Mas, deu show. Foi sim um grande premio!
Um monótono GP nos espera em Valência e, a comparação com a corrida do Canadá só vai evidenciar a bela porcaria que são esses tilkódromos.
Realmente esse GP foi muito bom. Que os próximos nos reservem ainda mais emoção.
Como foi a corrida?SENSACIONAL!!!!Essa é a unica coisa que eu tenho a dizer,todo mundo em ótimas disputas,uma pena o Massa ter ficado pra trás,mas mostrou que a Ferrari tá MUITO FORTE,virando em até 1:19s,o que é muito rápido,acredito que se não fosse aquele toque acredito que ele poderia ter disputado a 3ª ou até a 2ª posições do Grid.
O que faltou na corrida?ALONSO,BUTTON E HAMILTON chegarem colados um do lado do outro,e a decisão ser feita somente pelo o BICO dos Carros,dai sim ia ser sensacional(Estilo Indy de se fazer rs.):D