SÃO PAULO | Daí que a Renault veio hoje, com certa gracinha característica embutida, dizer que no dia do lançamento do R.S.18 não lançou o R.S.18. Tipo quando o Chaves dizia num episódio “ela só tava brincando”, a montadora disse que só apresentou a nova pintura do carro.
Bem, não foi isso que disse no dia do tal lançamento, aquele que se deu por vídeos parcos e fotos maizomenos. Ali estava o R.S.18, sem algumas novidades — o que seria absolutamente comum.
Peguei um pouco de ranço da F1 com a preguiça que se assolou nestas apresentações insossas. As equipes, em pleno 2018, deveriam ter um pouco mais de carinho com o produto que têm em mãos, algo que foi visto só com Mercedes e Ferrari — ambas com apresentações ao vivo pela internet e para convidados em suas sedes — e McLaren, que se preocupou em lançar vídeos chamando para a amostra do carro-papaia e se deixou levar pelo vento que ajudou a identificar a cor do carro um dia antes de seu nascimento público.
Agora, não lançar um carro num lançamento nem beira o ridículo, o é. É enganar todo o povo, de mídia a fãs. Se quer esconder o jogo, que só vá para a pista nos testes então, algo bem similar à Force India — que se apresenta uma hora antes do início da pré-temporada. Pega mal para uma marca tão famosa e importante como a Renault agir como quem põe um veículo nas ruas já preparando seu recall, sabendo dos riscos e dos erros programados.
Tem gente que está precisando de um choque. E não é de cultura.