Blog do Victor Martins
F1

Team GB, 2

SÃO PAULO | Se não é Vettel, só pode ser Webber. É o que a F1 2011 aponta neste ano. Mesmo essa F1 aí que muda regras do dia para a noite, literalmente — e ainda assim a FIA não consegue demover a Red Bull da primeira posição do grid. O australiano, que sempre anda […]

SÃO PAULO | Se não é Vettel, só pode ser Webber. É o que a F1 2011 aponta neste ano. Mesmo essa F1 aí que muda regras do dia para a noite, literalmente — e ainda assim a FIA não consegue demover a Red Bull da primeira posição do grid. O australiano, que sempre anda bem em Silverstone e vem em ótimo desempenho ao longo do fim de semana, valeu-se da costumeira alternância climática da Inglaterra para conseguir hoje sua segunda pole no ano. Seu companheiro alemão larga a seu lado na nona prova da temporada.

As Ferrari saem na segunda fila, com Alonso novamente melhor que Massa — em resultado que se mostrou inverso ao que foi apresentado durante a própria classificação, em que o brasileiro sempre esteve à frente.

A terceira fila é caseira. Button, inglês, e Di Resta, escocês que levou a Force India ao melhor resultado em grid no ano. A sequência tem Maldonado e Kobayashi, dois pilotos que tem mostrado suas amplas qualidades. Depois, Rosberg e Hamilton — em um mau décimo posto.

Olho no radar do tempo, e os blocos azuis que passavam perto da pista indicavam que todo mundo sairia rapidamente para garantir ao menos uma volta em pista seca. Foi o que aconteceu, e os 24 pilotos se lançaram de vez sob as nuvens pesadas e densas. De início, chamou atenção Heikki Kovalainen, andando no ritmo dos grandes. Mas é que os grandes é que estavam meio que andando num ritmo menor. Alonso foi o primeiro dos grandes a aparecer na frente — em seguida, deu uma escapada e fez um rali na brita — e depois foi a vez de Vettel. Então apareceram as Williams, primeiro com Barrichello e depois com Maldonado. Incrível desempenho? Nem tanto. É que os dois andaram com os pneus macios logo de cara, enquanto os demais optaram pelos duros. No vaivém dos tempos e voltas, Webber surgiu com 1min32s670 para tirar a graça do venezuelano.

Faltando 6 minutos para o fim do Q1, eis que a chuva se intensificou. E quem se beneficiou, daquela turma de sempre do fundão, foi justamente Kovalainen, 16º na sessão e agraciado pela terceira vez no ano com a dádiva de continuar na classificação. Como sempre acontece, sobrou para a Toro Rosso, desta vez para os dois carros. Alguersuari e Buemi vão largar em 18º e 19º. O resto é a porca miséria de sempre, na ordem: Glock, Trulli, D’Ambrosio, Liuzzi e o estreante Ricciardo. Como complemento, Massa acabou logo atrás de Maldonado — em terceiro, pois — e Barrichello foi sexto.

Quando a segunda parte teve início, a Mercedes imaginou que o asfalto estava para pneus intermediários, e com eles Rosberg e Schumacher saíram dos pits. Duas voltas bastaram para se notar que era exagero: eram só algumas curvas que estavam úmidas. As outras equipes partiram com os slicks de cara. Era uma questão de cautela. Os primeiros tempos vieram na casa de 1min37s — com Maldonado —, depois baixaram para 1min36s — com Pérez —, aí para 1min35s — Webber e Kobayashi — e chegaram a 1min34s com Adrian Sutil, que se empolgou e foi o primeiro a ir para 1min33s. Restando 3 minutos para o fim, Alonso fez 1min31s727, ou seja, bem melhor do que Webber havia virado no Q1. A pista já estava totalmente apta àquelas condições. O espanhol ainda foi superado pelo próprio australiano e, de novo, pelo companheiro Massa, que liderou com 1min31s640.

Carros acostumados ao Q3 ficaram de fora, tipo as Renault — afetadas, decerto, com a decisão da FIA em reduzir o uso dos gases aquecidos que passam pelo difusor quando não há aceleração — e Schumacher. Ao grupo dos eliminados juntou-se Barrichello, que ainda persegue o objetivo de passar à superfinal em 2011. Enquanto isso, o brasileiro teve de engolir Maldonado terminando em décimo e se incluindo pela terceira vez no ano no grupo dos top-10. Rubens sai em 14º na corrida deste domingo. Di Resta e Kobayashi passaram.

A fase derradeira veio com Vettel já indicando o de sempre: de que estava ali para brigar pela pole: 1min30s431. Só que Webber, endiabrado, bateu o tempo do parceiro de Red Bull em 0s032. As Ferrari colocaram-se em terceiro e quarto, com Alonso bem à frente de Massa. Nos minutos finais, uma garoa deu as caras. E aí já era. E aí, com tudo que a FIA fez para acabar com o domínio dos rubrotaurinos, o máximo que conseguiram por ora foi inverter a posição dos pilotos. O australiano, na nona prova do ano, conseguiu sua segunda pole e manteve a invencibilidade do time. E de Di Resta a Kobayashi, sexto a oitavo no grid. Entre eles, Maldonado.

Há, como de praxe, chance de chuva. Mas se a Red Bull, e principalmente Vettel, sair de Silverstone com uma nova vitória, a FIA vai ter de inventar uma nova patifaria para se apegar e tentar aplicar um desvio a um caminho mais do que óbvio. Tipo, sei lá, andar com 3,5 rodas.