Blog do Victor Martins
F1

S18E11 Alemanha 1

SÃO PAULO | E tivemos o modo festa amplamente ativado em Hockenheim: do carro ao piloto. Com uma Ferrari que parece imbatível nas melhores condições e nos melhores braços, Vettel fez a mesma festa que Hamilton quando este conquistou a pole na Inglaterra. Ser o melhor diante do público provoca uma emoção que faz até […]

HAM2

SÃO PAULO | E tivemos o modo festa amplamente ativado em Hockenheim: do carro ao piloto. Com uma Ferrari que parece imbatível nas melhores condições e nos melhores braços, Vettel fez a mesma festa que Hamilton quando este conquistou a pole na Inglaterra. Ser o melhor diante do público provoca uma emoção que faz até mesmo o piloto quebrar o protocolo e começar a falar em sua língua natal – como algumas vezes Massa fez em Interlagos, por exemplo.

Vettel possivelmente vive sua melhor fase em tempos de Ferrari e conta com um Hamilton que oscila muito em 2018 – embora a classificação geral não aponte isso; a diferença de 8 pontos não condiz com que os dois pilotos fizeram na temporada. Talvez neste domingo, a vitória de Seb combinada com um provável quinto lugar de Lewis seja mais expressiva.

A oscilação de Hamilton, mais uma vez, se deve a um problema. Desta vez, não houve nenhum envolvimento de Ferrari no balaio. O carro da Mercedes, outrora tão confiável e perfeito, acusou uma falha hidráulica que levou à trava do câmbio. Mas o inglês já não fazia um Q1 bom, não. Foram vários os erros cometidos ao longo das voltas. É como se ele não tivesse totalmente focado ou imbuído em si mesmo. E muitas das coisas extrapista levam a crer isso.

Primeiro, a queixa sobre a comemoração de Vettel na Inglaterra. Hamilton falou em “fraqueza”. É quase incompreensível. Qual foi a cena que o mundo não acompanhou de qualquer desrespeito de Vettel ao celebrar uma vitória na casa do concorrente? Todo aquele blá-blá-blá de Lewis após a corrida, acusando Räikkönen de tê-lo acertado deliberadamente, e que parecia ter ficado para trás com seu pedido de desculpas no dia seguinte vem novamente à tona e demonstra que Hamilton ainda remói infantilmente um fim de semana que deveria ter ficado bem para trás.

E mais recentemente com a informação de que Hamilton vetou Rosberg como entrevistador do pódio. O cara não consegue engolir o ex-companheiro que há um ano e meio saiu da F1, o que explica como sua dificuldade em engolir algo de duas semanas atrás, mas também uma imaturidade nível hard na escala Verstappen – e, também, uma falta imensa do que fazer. Neste sentido, poderia se preocupar em ler o regulamento e entender que empurrar o carro não é permitido. A punitiva FIA vai lhe aplicar uma punição? Ou o que lhe tem acontecido é quase, digamos, um mérito divinal?

É espantoso, também, que a F1 aceite tal ordem. Ela deveria IMPOR Rosberg, na realidade, como o repórter: o cara se expressa bem, está na casa da Mercedes e traria um esperadíssimo encontro entre dois pilotos – um que considera o outro desafeto, outro que passa incólume ao caso. É que agora dificilmente há de acontecer.

Pena…

Gostei da expressão gostosa de espanto de Toto Wolff quando viu Bottas assumindo provisoriamente o primeiro lugar no Q3. Esta aí, ó.


A volta não parecia tão boa, e de repente, catapimba!, lá estava o piloto da Mercedes em primeiro depois de ter acionado o modo festinha. Na sequência, então, Vettel sapateou, mas é válido ver um Valtteri combativo, agora devidamente garantido para 2019. Bottas teve muitos azares neste ano e já deveria estar com uma vitória no bolso. O ritmo de corrida da Ferrari parece melhor que o da Mercedes pelo que foi visto nos treinos livres, então a chance do finlandês é na curtíssima largada. Se deixar Vettel se posicionar em primeiro e abrir mais de 1 segundo até o momento em que o pífio DRS for acionado, é meio caminho andado para mais um amargor.

Räikkönen em terceiro. Como diria ele, OK. Verstappen em quarto. Também OK. Aí vem as Haas, que com os problemas de Hamilton e Ricciardo – vai largar em último –, sobem uma fila. São a quarta força do fim de semana. Fosse uma equipe com pilotos normais, diria que farão uma corrida só delas, mas é claro que alguma coisa eles hão de fazer para cercar a merda. E, então, temos as Renault e Leclerc. Já disse o quanto me espanta ver seu desempenho? Acho que sim.

No mais, a Williams, com Sirotkin, apresentou alguma evolução. Stroll, este aí que vai definir a sobrevida ou de Force India ou de Williams, não vai. Ficou pelo Q1 junto com um horrível Vandoorne – que deve sair da F1 –, as duas Toro Rosso e um Ocon que não costuma ficar pelo meio do caminho.

Não há como não apostar numa vitória de Vettel e numa provável abertura de 23 pontos para Hamilton. Se este tem tanto tempo livre para se preocupar com amenidades, que ele procure uma casa de vodu rapidamente na região e torça para uma quebra ou uma hecatombe contra o rival. Até porque, considerando que a Hungria não é nada boa para a Mercedes, as coisas só tendem a piorar se ele realmente quer ser pentacampeão.