Blog do Victor Martins
F1

S18E07 Canadá

SÃO PAULO | A previsão era mesmo de ter a melhor classificação do ano, e assim foi. Ferrari e Mercedes deram o além-100% esperado e acabaram superando o até então dominador Verstappen. Mas a diferença é que o homem da equipe prateada não foi Hamilton, que praticamente corre em casa de tanto que ama e […]

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SÃO PAULO | A previsão era mesmo de ter a melhor classificação do ano, e assim foi. Ferrari e Mercedes deram o além-100% esperado e acabaram superando o até então dominador Verstappen. Mas a diferença é que o homem da equipe prateada não foi Hamilton, que praticamente corre em casa de tanto que ama e se dá bem no Canadá, e, sim, Bottas. Foi o finlandês quem ameaçou a primeira colocação que acabou nas mãos de Vettel. E mesmo com a Red Bull não tendo o algo a mais no Q3, o holandês ficou na terceira posição e Ricciardo, sexto, terminou a 0s3 do pole.

O alemão marcou 1min10s764, novo recorde em Montreal. Voltando duas semanas em Monte-Carlo, Ricciardo: 1min10s810. Mera curiosidade de ter as duas pistas agora num mesmo patamar de tempo, mas as situações serão bem distintas. Não veremos os pilotos andando na casa de 1min18s-19s na corrida, principalmente por que não há como pensar que eles farão apenas uma parada nos boxes.

Tem quem vá tentar três, até — oi, Williams.

Indo na cronologia do treino: Grosjean já não é aquela coisa toda e, como diz o mantra, é incapaz emocional e psicologicamente de guiar um carro de F1. Aí o azar o acompanha. Motor que falhou no TL3 não foi arrumado. Larga em último. Quanto a Ericsson, depois que começou a tomar de Leclerc, caiu demais de desempenho — que já não era lá aquelas coisas. Daí o cara vai, espatifa a suspensão dianteira direita, se assusta e quase acerta Verstappen. Não é fácil. E a outra decepção do Q1 foi Gasly, que não avançou e viu o ameaçado companheiro Hartley ser oitavo colocado — e com um motor Honda que tem andado muito bem, obrigado.

Agora, o que intriga são as Mercedes no Q2. Não pela tática em si: já se sabia que eles evitariam os hipermacios — rosáceos, fofutchos, a opção 1 do fim de semana —porque o carro não vai bem com pneus muito molengas. A questão é mais ver que Hamilton fez sua melhor volta com os ultramacios — roxos, opção 2 — detonou os calçados. E vai ter de largar com eles amanhã. Um pneu ultramacio ruim é tão melhor assim que um hipermacio novo para a equipe? Então o problema é sério. E não tem como pensar em uma tática de pelo menos duas idas nos dois pilotos. A Ferrari tem estratégia similar; a Red Bull, não: vai com os hipermacios no início.

Na parte final, Räikkönen fez o de sempre: errou. Entendo, como sempre, os que apoiam sua permanência na F1, mas Kimi fraqueja. É que a Ferrari não tem coragem para bancar Leclerc lá, porque o moleque faria muito melhor — inclusive pôs a Sauber à frente de Alonso e Vandoorne. Hamilton também deixou a desejar. Poderia ter ficado com um quinto lugar no grid. Ricciardo não teve tantas chances — o problema da Red Bull ainda é a velocidade máxima do carro, no caso o setor 3.

O negócio, então, sobrou a Vettel e Bottas, que começaram a deixar a coisa toda mais séria quando baixaram da casa de 1min11s, numa sequência de recordes batidos.

Vai ser uma corrida bem legal, creio. A Red Bull tem um carro muito bom de corrida, mas perde um pouco para o da Ferrari. No caso da Mercedes, até pode ser que tenha maior rendimento que o da Ferrari, mas os pneus podem miná-la. Que qualquer um dos seis têm chance de ganhar, é fato. Mas aí cê tira Räikkönen, né, porque sabemos… Ricciardo não dá para descartar, e nem Bottas com este desempenho… hum…

Vamos de Vettel. Vamos com Verstappen em segundo e Hamilton em terceiro… mas sem certeza, o que é sempre bom.