Blog do Victor Martins
F1

Mini Verstappen

SÃO PAULO | Daí que foram entrevistar Verstappen lá em Montreal sobre sua postura nas pistas, sobretudo diante de um companheiro que entrega e faz as coisas muito melhor que ele. O moleque, com dois aerolitos nas mãos, se disse farto de tanta pergunta e, no fim das contas, ameaçou a dar uma cabeçada em […]

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SÃO PAULO | Daí que foram entrevistar Verstappen lá em Montreal sobre sua postura nas pistas, sobretudo diante de um companheiro que entrega e faz as coisas muito melhor que ele. O moleque, com dois aerolitos nas mãos, se disse farto de tanta pergunta e, no fim das contas, ameaçou a dar uma cabeçada em quem voltasse a falar novamente.

Verstappen é resultado direto de quando o programa de pilotos da Red Bull identificava e produzia em boa escala de qualidade talentos para o automobilismo. Mas desde que disputou seu primeiro campeonato de monopostos, a F3 em 2014, era possível enxergar que sua imensa capacidade, habilidade e arrojo traziam, agarrada, a imaturidade de pensar nas consequências e em frente. Até então, isso era relevado pela doce desculpa da adolescência.

Mas logo deram um carro de F1 nas mãos dele, e até o GP de Mônaco passado, a avaliação segue praticamente a mesma: que Verstappen é um exímio piloto, só que as falhas lhe são inerentes. Com o carro que tem nas mãos, o holandês tem apenas 3 pontos mais que Alonso, por exemplo. Verstappen errou em absolutamente todos os finais de semana da temporada — uma projeção de seus resultados o colocaria com 90 pontos.

Em baixa, Verstappen desconta na imprensa sua imensa frustração, mas, mais do que isso, ignora todos os conselhos que a própria equipe indica de aprender ou com Ricciardo ou com os próprios erros. Antes de querer resolver as coisas no confronto físico, o piloto disse que não ia mudar sua forma e seu estilo porque foram eles que o levaram aonde está.

Talvez ele não pense que são os mesmos que podem tirá-lo de lá. Porque a Red Bull, no fim das contas, sabe que tem grande parcela de culpa de ter alimentado este monstro — em vez de cortar, deu as asas fazendo jus a seu slogan. E se a gente for pensar no cenário como um todo, sem ter piloto lá na sua base e assediando a molecada de outras equipes, logo vão entender que a Toro Rosso não tem razão de existir e vão querer passar o time B para a frente. Aí do pouco que resta, hão de fazer uma análise: o que seria melhor ter hoje no time principal: um Sainz que, apesar de um começo claudicante na Renault em 2018, é ótimo piloto; um Gasly que mostrou o que pode fazer, por exemplo, no GP do Bahrein; ou este Verstappen que é melhor do que os três, mas se recusa a mudar e a aprender, não tem resultados condizentes e, pior, tem um comportamento agressivo?

Em seus anos iniciais de F1, Verstappen deu declarações absurdas e ofensivas. Parecia ter mudado, mas hoje mostrou que seu molde permanece o mesmo. Max, o que quer dar cabeçada em repórter — e eu realmente espero que nenhum repórter se sinta intimidado e pergunte a ele o que deve ser perguntado para ver se ele cumpre a palavra —, é míni. Sendo assim, pequeno. Ínfimo. Nada.

PS: De onde vocês tiram essas ideias/informações de que Hartley está na Toro Rosso para paparicar a Porsche? Vocês realmente acham que a Toro Rosso ia se queimar e queimar um piloto desse jeito sabendo que tem um motor só para ela no momento e que a Red Bull teria, em outro cenário, a Aston Martin como possível parceira? Cêis também, viu…