Blog do Victor Martins
F-Indy

Drops do esporte

SÃO PAULO | Algumas impressões do que aconteceu do fim de semana para cá: ada para a segunda, e Vettel vai ter de se virar para enfrentar de igual para igual Ricciardo e Verstappen já a partir do GP da Austrália. 2) A Mercedes está tão boa que mal se preocupou em fazer tempos para […]

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SÃO PAULO | Algumas impressões do que aconteceu do fim de semana para cá:

ada para a segunda, e Vettel vai ter de se virar para enfrentar de igual para igual Ricciardo e Verstappen já a partir do GP da Austrália.

2) A Mercedes está tão boa que mal se preocupou em fazer tempos para aparecer em primeiro nas tabelas.

3) A Honda não passou incólume. Teve um problema no último dia. Mas convenhamos: diante de tudo que aconteceu nos últimos três anos, não foi absolutamente nada. O casamento com a Toro Rosso ornou e começa a explicar muitas coisas. Gasly e Hartley fizeram tempos impressionantes a ponto de se pensar que andar desde já ali no meio do pelotão com a Renault é uma realidade. O problema da STR é que o andar da carruagem vai lhe transformando em abóbora.

4) Aliás, o ‘midfield’, como gosta de dizer Eveyln Guimarães, é realmente uma incógnita daquelas. Porque a Haas se livrou dos problemas e começou a fazer tempos interessantes sem usar os pneus hipermacios. Porque a McLaren, mesmo com todas as falhas que apresentou — já entendemos que o carro é mais problema do que qualquer motor —, tem velocidade. Porque a Force India ainda não disse a que veio — só se sabe que o carro anda bem e não quebra.

5) A Sauber e a Williams vão fechar o pelotão, mas não têm carros de todo ruins, não.

6) Indo para a Stock Car: que bela corrida, hein? A Stock, no fim das contas, acertou ao promover a vinda de gente de gabarito do exterior. João Paulo de Oliveira é um pilotaço, dos maiores que o país já teve, mas como ele ficou ali no canto de lá do Japão, o povo daqui não tem a dimensão do que ele representa e é. E ajudou este Daniel Serra — que cresceu barbaramente nos últimos anos — a conseguir a vitória na Corrida de Duplas.

7) Em segundo, Barrichello. Para muitos, seria mais uma vez o resultado perfeito para a zombaria, mas é dar pena. Pena de quem pensa e acredita que Rubens é um piloto de segundo escalão. Guiou o fino — na chuva, pouquíssimos têm sua qualidade. E o choro que veio copiosa e naturalmente depois de ter superado aquela que foi a maior dor de sua vida demonstram a vontade que ele ainda tem de seguir na carreira fazendo o que mais gosta.

8) César Ramos. Que homem. Esse é outro que a vida tinha tudo para ser diferente, mas que pegou o vento contrário. Junto com Nasr, era o que o Brasil tinha de melhor da geração pós-Barrichello e Massa. Mas a F1 nunca lhe foi oportuna porque a grana nunca lhe foi abundante. Daí voltou para cá. Liderou boa parte da prova. Safety-car e boxes tiraram o doce dele e de Kevin van der Linde. Foi ao pódio. Depois, tiraram por conta de uma punição. A equipe vai recorrer e tem grandes chances de recuperar. O melhor: vai ao Paddock GP nesta terça.

9) O que deu de errado com o público? Interlagos estava ligeiramente vazia no sábado. É de se questionar: por que o povo não foi à corrida? Tenho a impressão de que se tratou de uma má divulgação. Muita gente não sabia que não seria no domingo. Uma corrida destas não tinha como se perder. Porque se se fizer uma pesquisa e descobrir que não houve interesse, é de se pensar se realmente o paulista(no) gosta de automobilismo.

10) Quem não foi ao menos pôde acompanhar a grandiosa cobertura que fizeram Fernando Silva, Felipe Noronha, Nathália de Vivo, Rodrigo Berton e Renato Ribeiro. Tem material para mais de metro pelos próximos dias, teve muita coisa publicada no Grande Prêmio, teve live feita no grid e entrevista com os pilotos. Foi de encher os olhos.

11) A Indy estreou muito bem. No começo da prova de St. Pete, o resultado era Wickens-King-Leist, três dos novatos da categoria. King se empolgou — tinha carro para vencer e acabou tocando o muro; Leist teve problemas e, quando voltou, bateu estranhamente. Macaco velho, Wickens seguiu comandando a prova até o fim, quando a duas voltas da bandeirada, viu um Rossi lhe tirar a vitória. Ainda que Alexander tenha perdido o controle do carro quando estava lado a lado com Robert e provocado o acidente, não foi obviamente proposital. Melhor para Bourdais, que volta a liderar o campeonato tal como no ano passado.

12) Pelo jeito, a Indy vai ter corridas loucas. E um domínio da Honda sobre a Chevrolet, agora que os kits aerodinâmicos personalizados são coisa do passado.

13) Por fim, o telespectador que acompanhou a prova pela Bandeirantes notou que Felipe Giaffone fez as vezes de narrador e comentarista. Comandar uma transmissão não é uma coisa das mais fáceis, até porque quem empunha o microfone tem de ficar ouvindo a retaguarda e tem outros afazeres que vão além de prestar atenção na corrida em si. Mas Eduardo Vaz tem de ter um melhor preparo daqui em diante. Perdeu grandes lances, limitou-se a falar sobre kits aerodinâmicos e as posições de momento, não trouxe emoção qualquer. Não fosse Giaffone, seria um desastre. Eduardo não é do ramo, obviamente, mas com esforço e dedicação, pode acrescentar na temporada. Do contrário, os links corsários vão ter de ser usados a rodo.