Blog do Victor Martins
F1

Como se apresentar melhor

SÃO PAULO | A Mercedes e a Ferrari foram as únicas, até agora, a fazer uma apresentação minimamente digna do carro 2018. Depois do quase-fiasco do ano passado, em que fez uma apresentação que travava mais que nego em bar depois de quatro shots de pinga, a equipe alemã fez lá sua transmissão ao vivo […]

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SÃO PAULO | A Mercedes e a Ferrari foram as únicas, até agora, a fazer uma apresentação minimamente digna do carro 2018. Depois do quase-fiasco do ano passado, em que fez uma apresentação que travava mais que nego em bar depois de quatro shots de pinga, a equipe alemã fez lá sua transmissão ao vivo não muito longa, pôs Toto Wolff, Hamilton e Bottas para falar e deixou à mostra o W09 para o mundo ver. Horas depois, os italianos usaram o streaming para lançar a toda vermelha SF71H.

Belo carro, aliás. Um pouco mais escuro que as versões anteriores, linhas verde-água laterais bem chamativas, detalhes técnicos robustos que logo vão mudar com o passar dos dias.

Enquanto isso, a Toro Rosso se deixa vazar no shakedown feito em Silverstone e a McLaren se deixa levar pelo vento no aeroporto de Pamplona. A Force India vai mostrar o carro na segunda horas antes do início dos testes de pré-temporada.

Tive um tempinho para ficar pensando em como o Liberty Media e as equipes poderiam fazer dos lançamentos novamente importantes e válidos, deixando essa tiriça e preguiça vistas nas apresentações anteriores, repletas de nada.

Já que a pré-temporada está sendo estabelecida em Barcelona começando na última semana de fevereiro, o fim de semana imediatamente anterior seria palco da apresentação conjunta das dez equipes.

Os lançamentos seriam feitos num mesmo local na sexta e no sábado, e para que um dia não ficasse mais importante que o outro, haveria uma divisão com base no resultado do Mundial de Construtores do ano anterior. No primeiro dia, as equipes que terminaram nas posições pares da classificação, em ordem crescente, seriam apresentadas — assim, a décima colocada seria a primeira a mostrar o carro novo, depois a oitava, a sexta, a quarta e, por fim, a segunda. No dia seguinte, então, a nona, a sétima, a quinta, a terceira e, então, a campeã.

Aplicando no caso atual, a Sauber começaria as apresentações lá com a Alfa Romeo, seus pilotos e trololó, teria entre 1h15min e 1h30min para falar, muito que bem, entraria a Haas. Mesmo tempo, mesma coisa, encerra, passaria para a Renault, que entregaria para a Force India e encerraria com a Ferrari. Aí no outro dia, a McLaren abriria papaiamente as ações, depois chegariam Toro Rosso, Williams e Red Bull, e aí a Mercedes fecharia com a galhardia de sempre.

No sábado, as equipes do primeiro dia teriam a pista de Barcelona à disposição para fazer testes, shakedowns e afins; no domingo, a chance seria para os times do segundo dia. Na segunda, pau nas macchinas.

Um evento desse reuniria atenção da mídia de todo mundo — e não provocaria gastos tão vultuosos, já que os jornalistas estariam lá para a cobertura dos testes de qualquer forma — e daria a mesma importância e valor para todas as equipes. Faria a F1 transmitir oficialmente, promoveria negócios e giraria a roda. Hoje, do jeito que está largado e desinteressante, ninguém dá a mínima.