Blog do Victor Martins
F1

S17E06_MCO2

  SÃO PAULO | — Tudo bem rapidinho porque a chavinha já está virada para a Indy 500 —. O GP de Mônaco teve lá seus momentos interessantes, mas não foi bom. É de jogo desta temporada, como aconteceu na Austrália e na Rússia. Os carros maiores impediram ações mais ousadas dos pilotos, que nos anos […]

20175281130401_000_P09N4_DR

 



SÃO PAULO | — Tudo bem rapidinho porque a chavinha já está virada para a Indy 500 —. O GP de Mônaco teve lá seus momentos interessantes, mas não foi bom. É de jogo desta temporada, como aconteceu na Austrália e na Rússia. Os carros maiores impediram ações mais ousadas dos pilotos, que nos anos anteriores usavam a saída do túnel monegasco para tentar superar o adversário. Foram poucas tentativas — uma frustrada e horrível como a de Pérez na Rascasse, tirando Kvyat da prova e acabando com sua sequência de corridas nos pontos. Mas foi interessante acompanhar a movimentação das táticas.

Antes de mais nada, dois pontos sobre a questão Vettel-Räikkönen. O finlandês largou na pole, sustentou a primeira posição, mas nunca abriu uma distância convincente para que se estabelecesse em primeiro em qualquer situação que a Ferrari pudesse colocá-lo. Houve um momento que Kimi estava tão mais lento que os outros, e não era só pelos retardatários que se aproximavam, que Bottas e Verstappen chegaram a se aproximar de Sebastian. Quando Räikkönen parou, o segundo tratou de engatar uma sequência de voltas rápidas à Senna, à Schumacher, à Prost, à piloto-de-grande-calibre para voltar à frente. E foi embora, tchau e bença. Não adianta Kimi ficar com aquela cara de cloaca no pódio, ainda mais quando passou anos e anos sem fazer o que dele se esperava. Se a Ferrari planejou ou não, ele que tentasse evitar isso.

 

Já tem gente falando que o mecânico da roda X colocou a parafuseta Y mais lento propositalmente, de forma que esta Scuderia pazza já tinha tudo armado, maledetta. O tempo de parada de Räikkonen foi apenas 0s5 mais lento que o de Vettel. Isso resume.

E se a coerência existir, quem critica também deve vociferar contra a Red Bull, afinal Ricciardo ganhou o pódio em cima de Verstappen da mesma forma. Max foi o primeiro a parar e a Mercedes, desesperada, chamou Bottas na volta seguinte para evitar perder a terceira posição. Só esqueceu que Daniel Sorrisão vinha ali em quinto e com pista livre. Os dois que pararam voltaram brigando entre si e depois ficaram encaixotados atrás de Sainz. Mesmo se não tivesse o piloto da Toro Rosso, Ricciardo voltaria à frente com sobras. E por quê? Porque fez voltas tão ou mais rápidas que o próprio Vettel.

Tem coisas que, se a inteligência não explica, a matemática desenha.

Hamilton fez o que dava largando lá de décimo-qualquer-coisa. Ficou na pista mais tempo que os que vinham à frente nos boxes e subiu para o sétimo lugar. Levou 8 pontinhos pro bolso e agora viu a distância para Vettel no campeonato ser de uma vitória. É uma preocupação grande para uma equipe que já não domina mais. OK que Monte-Carlo vai ser uma exceção, mas com um Vettel andando o fino, descontar esta diferença vai requerer pelo menos umas quatro provas e uma ajuda grande de Bottas — o que parece não se vislumbrar.

Aplausos para a corrida de Sainz, sexto. Alívio com a situação de Wehrlein diante do susto que foi ver a imagem de seu carro em pé e recostado na barreira de pneus. Abraço para Button, que cumpriu bem a tabela de substituir Alonso — só não falou se vai cumprir a promessa de mijar no carro. E Massa mal apareceu direito na transmissão. Foi nono. Tá bom demais. Stroll e Palmer não bateram. Milagre.

Como dira o professor Pasquale, é isso.