Blog do Victor Martins
F1

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SÃO PAULO | Hamilton guardou tudo que tinha para o final da classificação e achou um par de voltas formidável para pegar uma pole que não parecia sua na China — pode soar forçado, mas o inglês a encontrou no mesmo estilo que Grosjean em seu sexto lugar no grid da Austrália. Não só porque Vettel vinha dominando […]

SÃO PAULO | Hamilton guardou tudo que tinha para o final da classificação e achou um par de voltas formidável para pegar uma pole que não parecia sua na China — pode soar forçado, mas o inglês a encontrou no mesmo estilo que Grosjean em seu sexto lugar no grid da Austrália. Não só porque Vettel vinha dominando as ações do sábado, mas também porque parecia faltar à Mercedes aqueles décimos vitais. Mas se no treino de duas semanas atrás já parecia que a Ferrari tinha chegado de vez, agora em Xangai stá claro que os dois carros têm um ritmo praticamente igual em volta rápida.

No fim das contas, o segundo lugar ficou até de bom tamanho para Vettel, que disse ter tido um problema menor nos freios no Q3. Seu tempo foi preciosamente 0s001 melhor que Bottas. Com Räikkönen fechando a segunda fila, a situação de Melbourne se repete. E é excelente que o grid de largada seja o mesmo da Austrália para que se tenha a real noção do que vai ser a F1. Para ver se Vettel, eventualmente com mais carro de corrida, consegue ir para cima de Hamilton. Ou se os dois finlandeses fazem algo além.

A questão é a probabilidade alta de chuva, que deve mascarar o problema das ultrapassagens — considerando, claro, que a corrida aconteça; uma escolta policial vai estar alerta para a eventualidade de um caso grave de acidente em que o piloto ou vítima tenha de ser transportado por via terrestre. Mas se a pista estiver molhada, de fato, as atenções também vão se concentrar lá no fim do grid. Porque é de lá que sai Verstappen.

Um 19º lugar foi o máximo que Max, que reportou problemas no motor, conseguiu. Se a Red Bull optar pela precaução — trocar a unidade complexa —, a perda será mínima: largar em último é só aquele flato para quem não conseguiu segurar a avalanche fecal. Curioso é só ter Ocon, o velho rival dos tempos de F3, ao lado; os dois, aliás, vão ser bem interessantes de se acompanhar. Mas de Verstappen se espera algo tão grandioso quanto a atuação no último GP do Brasil. Sinceramente, o pódio não é tão impossível de se pensar.

Ricciardo é quem ocupa o quinto lugar no grid por parte dos taurinos, enquanto o amigo Massa completa a terceira fila. Nas CNTP, era algo para cravar que terminariam onde largaram, só que tem essa chuva e tal. Daniel não é tão bom quanto seu companheiro em chuva e Felipe tem poucas atuações memoráveis nestas condições. Ali atrás tem um Hülkenberg que não é nada bobo também. Bobo, na verdade, é quem emprega o parceiro dele, Palmer. Ô coisinha mequetrefe valhamedeus…

No top-10 tem um novo repeteco do cenário da Austrália, a briga entre Force India (Pérez) e Toro Rosso (Kvyat), mas um Stroll que não cometeu nenhuma atrocidade fechando o grupo. Se bem que Lance na chuva é para segurar a peruca…

De peruca a chapéu, mais uma vez se tira para Alonso, que faz milagre com a abóbora lerda. Vandoorne, ótimo piloto, não consegue acompanhar o ritmo do espanhol. Giovinazzi bateu a Sauber, não largou o volante no meio da pancada no fim do Q1, tem um cabelinho de spaghetti cozido e escorrido, mas tem bom desempenho. A Haas deu uma andada para trás e não tende a fazer muita coisa com um Magnussen que ainda precisa se achar e um Grosjean inconstante e distante daquele visto em Melbourne.

Estivesse a pista seca, tornaria a apostar em Vettel. Mas o cenário está ao feitio de Hamilton. E, sinceramente, penso em Verstappen naquele pódio sob aplausos esfuziantes como os vistos em Interlagos.