Blog do Victor Martins
Automobilismo brasileiro

O fim como o começo

SÃO PAULO | Desde que a ‘Folha de S.Paulo’, na última segunda-feira, revelou que a CBA ainda de Cleyton Pinteiro depositou 56 suaves prestações de 14 mil golpinhos na conta jurídica de uma ‘empresa’ de sua cunhada, o GRANDE PRÊMIO tem ido atrás do presidente da entidade. Foram pelo menos sete contatos diretos sem que […]

SÃO PAULO | Desde que a ‘Folha de S.Paulo’, na última segunda-feira, revelou que a CBA ainda de Cleyton Pinteiro depositou 56 suaves prestações de 14 mil golpinhos na conta jurídica de uma ‘empresa’ de sua cunhada, o GRANDE PRÊMIO tem ido atrás do presidente da entidade. Foram pelo menos sete contatos diretos sem que se obtivesse sucesso — em todos, a secretária de seu negócio em Recife indicou que ele não estava em sua sala e/ou que se encontrava em reunião com clientes.

Com pouco mais de um mês até passar o comando da entidade a Waldner Bernardo, de sua chapa, dificilmente Pinteiro vai aparecer para esclarecer os fatos. Dadai foi procurado por Fernando Silva para esclarecimentos. Respondeu da seguinte forma: “Minha participação na gestão foi na comissão de velocidade; na comissão, não tenho acesso a contratos nem a pagamentos.”

Estive na tarde desta quarta-feira na ESPN para participar do ‘Bola da Vez’ com Felipe Massa. Antes, durante e depois do programa, comentamos a situação a respeito, até porque o piloto foi um dos únicos que tentou fazer algo ativamente pelo esporte, criando uma série de categorias que duraram apenas três anos. Claro que a notícia não surpreendeu a ele nem ao pai, Titônio. Durante a gravação, Massa nem quis entrar muito em detalhes. Pena que não, mas diria algumas verdades sobre o fato e alguns causos que notou como promotor de corridas.

Pinteiro vai terminar em março uma gestão de oito anos se gabando por ter deixado em caixa R$ 3,5 milhões. Para uma empresa sem fins lucrativos, isso é sinal de ineficiência. Sinal de que os recursos não foram aplicados em melhorias para o automobilismo. Mas se o esporte não melhorou, a situação de Nailda vai, bem, obrigado. Poderia Nailda ter pensado, por exemplo, em fazer o cerimonial do velório de Jacarepaguá ou do marco-zero de Deodoro, mas nem disso se tem notícia.

Para quem entrou falando na CBA em honestidade em 2009, o caso Nailda é o desfecho certeiro de uma presidência que enrolou e enganou o povo do esporte durante dois mandatos — e que, lembro bem, escondeu casos positivos de doping. Pinteiro sumir à francesa pela capital de Pernambuco é só a cereja do bolo que Nailda nunca fez em qualquer um dos eventos que não organizou.