Blog do Victor Martins
F1

Na bolha

SÃO PAULO | Quando pintou a notícia de que o formato de classificação da F1 sofreria uma mudança radical e que seria desta forma, eliminando um a um em um curto espaço de tempo até chegar numa espécie de duelo, confesso que levei um tempo até entender a proposta como um todo. Geralmente, alterações drásticas […]

SÃO PAULO | Quando pintou a notícia de que o formato de classificação da F1 sofreria uma mudança radical e que seria desta forma, eliminando um a um em um curto espaço de tempo até chegar numa espécie de duelo, confesso que levei um tempo até entender a proposta como um todo. Geralmente, alterações drásticas e escritas não são bem compreendidas até que sejam aplicadas na prática. Mas já dá para imaginar o que vão ser, se confirmado pelo Conselho Mundial, os sábados: bem agitados.

Porque não haverá tempo para descanso: uma volta mal dada, e o piloto pode cair vertiginosamente até ser ceifado de toda e qualquer chance. Imagino que não haverá oportunidade para entradas rápidas para trocas de pneus justamente por isso, de modo que a estratégia e a escolha dos pneus tem de ser acertada — aliás, será que a opção de escolher a terceira ‘via’ vai ser aplicada também para a classificação?

Comecei a gostar da ideia ‘dança da cadeira’ porque o estilo deve se assemelhar à ‘bolha’ que havia em Indianápolis quando mais de 33 carros tentavam se classificar para as 500 Milhas. Era o ‘Bubble Day’, e a expectativa para entrar no grid e o medo de ficar fora eram tão animados quanto a própria corrida. Lembro particularmente de 2010, quando Sebastián Saavedra se classificou depois de ter sofrido um acidente, mas na burrice da dupla Paul Tracy e Jay Howard, que quis se classificar melhor no grid, foi pior na sequência de quatro voltas rápidas e colocou o colombiano no grid.

Há uma relativa divisão nas redes sociais diante da mudança de sistema, mas creio que seja válida justamente num momento em que a F1 precisa de uma sacolejada para ver se atrai mais público. A novidade, nas primeiras provas, deve trazer uma emoção especial até que o pessoal se habitue com o modelo. Pode ser um bom caminho, sim.