Blog do Victor Martins
F1

A Renault, a Minardi e o mundo

SÃO PAULO | A Renault já vinha usando suas redes sociais há alguns dias para soltar aqui e ali um tostão de como seria ao menos a pintura de seu carro 2016. O preto era predominante nas fotos, mas é claro que se esperava algum amarelo. A revelação que a equipe fez nesta quarta, no […]

SÃO PAULO | A Renault já vinha usando suas redes sociais há alguns dias para soltar aqui e ali um tostão de como seria ao menos a pintura de seu carro 2016. O preto era predominante nas fotos, mas é claro que se esperava algum amarelo. A revelação que a equipe fez nesta quarta, no entanto, acabou revelando uma grata surpresa: o aurinegro tem muito mais de negro, mesmo.

Há uns detalhes foscos ao longo da cobertura do motor que embelezam, ao menos na pintura de estúdio. Há quem diga que pode haver uma mudança, mas se a Renault observar que caiu no gosto do povo — ainda mais porque utiliza bem o respaldo do público da internet —, deve mantê-la.

Tem um quê de Minardi anos 90, aquela de Martini e Morbidelli — acho até que Christian Fittipaldi pegou essa época antes que a equipe migrasse para o branco —, tempos em que a Minardi era ali do meio. No fim das contas, agradou.

O que só não agradou foi o puro esquecimento a Maldonado, como se o cara não existisse para a equipe até dois dias atrás. Como se não fossem os bons milhões da PDVSA que não tivessem sustentado a brincadeira de viajar o mundo da F1 por um tempo. Ou como se não houvesse sido criada nenhuma relação de amizade e bom senso que levasse a esse reconhecimento, um simples obrigado e um até breve.

Aliás, as empresas de hoje, sob o tapete da crise, têm cada vez mais adotado a frieza e a falta de consideração, esquecendo qualquer valor sentimental e humano ao mandar seus funcionários para o olho da rua. Pego um exemplo que foi mencionado ontem mesmo em conversa com o amigo e colega Vinícius Piva: Wilson Baldini Jr., quatro longas décadas ao ‘Estadão’, profissional dos melhores, foi jogado às traças sem que nenhum diretor da vida tivesse a sensibilidade de analisar o quanto ele foi dedicado ao jornal e o que ele representa para o esporte — as lutas, no caso —, os leitores e a própria instituição. O sistema é assim, há de ter pensado o cara que deve ter idade para ser filho do Baldini, e o caminho do RH é aquele ali, e estamos conversados, a vida segue. Sistema esse que, aliás, corta cafezinho dos colegas da ‘Folha’ — isso só pra ficar no jornalismo; o que deve ter de empresa em outras áreas fazendo coisa similar ou pior…

O mundo anda muito cretino.