Blog do Victor Martins
Sem categoria

Troca-troca

CALDAS NOVAS | A notícia da manhã é mais uma tentativa da McLaren reverter aquela que foi a sua pior temporada na F1, depois de prometer mundos e fundos na nova era com a Honda: a contratação de Jost Capito, ainda diretor-esportivo da Volkswagen, para o importante cargo de diretor-executivo. O atual, Jonathan Neale, vai […]

CALDAS NOVAS | A notícia da manhã é mais uma tentativa da McLaren reverter aquela que foi a sua pior temporada na F1, depois de prometer mundos e fundos na nova era com a Honda: a contratação de Jost Capito, ainda diretor-esportivo da Volkswagen, para o importante cargo de diretor-executivo. O atual, Jonathan Neale, vai ocupar uma vaga no setor de Tecnologia da escuderia.

Capito, 57, alemão e engenheiro, vem de três títulos seguidos de sua equipe no WRC pelas mãos de Sébastien Ogier, que passou a ganhar o Mundial de Rali com a saída de seu xará Loeb — aliás, que homem, que desempenho no Dakar com a Peugeot. Teve passagens por BMW, Porsche e Ford. Na F1, esteve na Sauber entre 1998 e 2001 como chefe de operações. Diz o comunicado de imprensa da McLaren que ele vai se reportar diretamente a Ron Dennis.

Não há uma linha sobre Éric Boullier, que segue como chefe de equipe.

A pergunta que se lança é: o problema da McLaren estava mesmo em sua direção-executiva? Importar um dirigente que não lida com a F1 há 15 anos e manter a dupla Boullier-Dennis é o que de fato a equipe precisa para bater sua meta, um ambicioso Q3 na classificação?

Verdade é que a McLaren passa por uma ‘williamização’, processo que tirou a escuderia de Grove das primeiras posições de 1998 a 2013. Só com uma mudança significativa no comando da equipe e a chegada do motor Mercedes em 2014 transformou o time de Frank. Não se acredita mais na McLaren mesmo tendo Alonso, Button e toda a tecnologia dos japoneses por trás, ainda mais numa F1 pouquíssimo suscetível a mudanças técnicas.

A McLaren, se tinha de mexer nas suas peças principais, não as fez nas corretas. Dennis não goza da simpatia de parte de sua equipe e já não é visto como o chefão dos tempos áureos. Mal conseguiu um patrocinador principal justamente no ano em que resgatou a parceria com a Honda. Boullier, por sua vez, também deveria ter seu trabalho contestado por sequer passar perto das metas ambicionadas neste primeiro ano. Ser melhor que a Manor Marussia na maioria das provas não deveria passar tão incólume desta forma, ainda que grande parte da agrura da equipe se deve ao motor. Boullier não tem perfil de um líder revolucionário, que é o que precisa a equipe de Woking.

O que pode estar por trás disso, então, é o último voto de confiança de Dennis a Boullier. Se Capito fizer um trabalho que impressione o intocável presidente da McLaren, é bem provável que substitua o atual chefe da equipe em 2017. E neste cenário, há de se entender que a McLaren tenha outro ano de vacas esqueléticas. E num exercício futuro, há de se pensar que Capito pode comandar uma equipe sem Button nem Alonso.