Blog do Victor Martins
F1

Quem quer saber da F1?

CALDAS NOVAS | Devidamente acomodado na cidade que, já nos primeiros minutos, parece muito mais bonita e organizada que Goiânia. O Golden Dolphin já está em seu terceiro hotel e ergueu uma construção suprema com aquelas piscinas de águas quentes desejáveis. Ao longo da semana, vou falando um bocadinho dos dias aqui. Papo aqui é […]

CALDAS NOVAS | Devidamente acomodado na cidade que, já nos primeiros minutos, parece muito mais bonita e organizada que Goiânia. O Golden Dolphin já está em seu terceiro hotel e ergueu uma construção suprema com aquelas piscinas de águas quentes desejáveis. Ao longo da semana, vou falando um bocadinho dos dias aqui.

Papo aqui é uma breve continuação do assunto abordado ontem no Paddock GP sobre o marasmo do noticiário da F1 e na tecla que se bate sobre o interesse na categoria — apesar de o Grande Prêmio, por exemplo, ter registrado um aumento significativo na audiência em 2015, comparado a 2014.

Lembro que 2013 estava acabando e o papo na redação era de que a tranquilidade pairava estranhamente no ar. Foi aí que, naquele domingo do dia 29, Schumacher caiu nos Alpes franceses e deixou de viver decentemente. O alemão foi notícia e nos fez passar a virada de ano com o celular na mão, temendo que a notícia do pior acontecesse. Os meses seguintes mesclaram as notícias de seu estado com as dos lançamentos dos carros.

Pois o ano passado foi uma tristeza só em termos de notícias. Poucos estavam inclinados a saber o que se passava naquele mundo. Janeiro seguiu nesta toada, também porque a F1 deixou de ser um poço de informações. Nesta época do mês, em outros tempos, as escuderias já tinham definido as datas de apresentação de seus modelos, discutia-se que nome se daria a eles, pensava-se se mudariam cores. No máximo, o que se tem hoje é uma curiosidade em como vai vir a Haas.

Além disso, a pobreza financeira e de espírito tem impedido que os times façam eventos minimamente decentes e atrativos, limitando-se a transmiti-los pela internet. Não há ideias para que os patrocinadores desembolsem um pouco mais, mas tenham um retorno interessante se ousarem a sair da caixinha/casinha.

É claro que é preocupante. E é ainda mais preocupante quando se entende que a F1 não vai ser tão diferente em 2016, com a Mercedes sublime e a torcida para que a Ferrari possa prover a Vettel um carro capaz de brigar com Hamilton e, quiçá, Rosberg. Massa já disse que a Williams não vai incomodar na frente; esqueçam a Red Bull; a Force India ainda não tem ‘punch’ para brigar na frente; a McLaren vai se contentar em ir ao Q3; a Toro Rosso vai dar um belo salto e vai ser atração como a Haas, mas é ali no meio do pelotão.

Enquanto isso, a MotoGP achou seu caminho e a F-E sabe bem onde está pisando.

Ecclestone não renovou suas ideias, e é compreensível pelos 85 anos na lomba pouco afeitos à modernidade e só focados nas cifras. Mal começar a temporada e verificar que o público não está nem aí é mais um daqueles sinais de alerta. Tô nessa já tem 13 anos e alguns contos de réis. Sinceramente, me preocupa ver a F1 neste estado, quase que de coma. Até que se torne irreversível.