Blog do Victor Martins
F1

Marina Bay Watch, 2

SÃO PAULO | Já não é mais segredo para ninguém que a Lotus vai ser comprada pela Renault. Cyril Abiteboul, diretor da montadora, só não disse com todas as letras ao Canal+ francês por óbvia proibição da chefia. Mas já que não pôde fazer o anúncio oficial, tratou de dar outra indicação: a do lamento de […]

SÃO PAULO | Já não é mais segredo para ninguém que a Lotus vai ser comprada pela Renault. Cyril Abiteboul, diretor da montadora, só não disse com todas as letras ao Canal+ francês por óbvia proibição da chefia. Mas já que não pôde fazer o anúncio oficial, tratou de dar outra indicação: a do lamento de que Grosjean não continuaria mais na equipe.

O que significava, pois, que Maldonado seguiria e que Grosjean só pode estar a caminho da Haas em 2016. Horas depois, a Lotus confirmava a permanência do venezuelano, xingado às pencas por Button depois de um incidente no fim do GP de Cingapura.

Maldonado tem um contrato de cinco anos com a Lotus e injeta uma grana violenta e necessária para uma equipe que está correndo risco de ir à administração sob as leis inglesas, tal qual aconteceu com Caterham e Marussia. Quaisquer bons milhões, portanto, ajudam à beça, ainda que o piloto não ajude em nada.

Só que, sem Grosjean, a coisa muda um pouco pelos lados da escuderia. Romain levava o patrocínio da Total, tem raízes francesas — naturalmente agradáveis a uma marca de seu país — e, sobretudo, é o primeiro piloto. Maldonado jamais poderia ser um substituto capaz de liderar o time no momento em que a Renault precisa mostrar capacidade depois de ser tão fragilizada que foi pela Red Bull.

Então há uma dúvida: pegar um piloto que já bote as coisas nos eixos — como Vettel acabou fazendo na Ferrari — para bater no peito com orgulho da marca Renault ou ter um ano de transição tranquilo, atraindo um segundo piloto pagante num carro preto ainda carregando as raízes da Lotus — como a Manor fez, correndo como Manor Marussia para ter o dinheiro da temporada passada?

Se pensar na primeira opção, a Renault deveria ter olhos abertos para um piloto que conhece muito bem: Alonso, que já parece não crer mais no projeto da McLaren-Honda, já rompida entre as partes por conta da filosofia de trabalho. Fernando foi campeão pelo carro azul em 2005 e 2006 e viu na equipe seu refúgio assim que saiu/foi saído da própria McLaren no fim de 2007.

Caso opte pela segunda, aí há uma série de pilotos capazes de levar grana para lá. E que se prepare devidamente para 2017.