Blog do Victor Martins
F1

O que o público quer da F1

SÃO PAULO | Saiu o resultado da pesquisa que a GPDA, a Associação dos Pilotos da F1, fez com o povo de todo mundo. Seguem 12 tópicos que a resumem. 1) Os fãs não querem mudança no formato do fim de semana, mas pedem uma melhoria na “saúde do esporte”. 2) Há a necessidade de […]

Pesquisa GPDA

SÃO PAULO | Saiu o resultado da pesquisa que a GPDA, a Associação dos Pilotos da F1, fez com o povo de todo mundo. Seguem 12 tópicos que a resumem.

1) Os fãs não querem mudança no formato do fim de semana, mas pedem uma melhoria na “saúde do esporte”.

2) Há a necessidade de atrair novos fãs e manter os atuais, e a dificuldade está nos contratos de TV (e também da FOM) e dos negócios da F1.

3) A F1 tem de cuidar do som e da potência dos motores, reintroduzir o reabastecimento e a guerra dos pneus e enfatizar as habilidades dos pilotos.

4) Ainda, a categoria tem de simplificar seus regulamentos técnicos e implementar um teto de custos.

5) A F1 é vista como cara, tecnológica e chata, nesta ordem. Sendo que há cinco anos era tecnológica, competitiva e emocionante.

6) Em relação à pesquisa de cinco anos atrás, o público vê uma queda de 20% na qualidade dos pilotos: se em 2010, 65% achavam que a F1 tinha os melhores pilotos, agora só 45% têm esta opinião. 88% veem que isto é uma necessidade.

7) O que é mais importante para os fãs é ter uma diversidade maior de carros e tecnologia e o som dos motores. Poucos (14%) apoiam a ideia de ter menos equipes com mais carros ou ter um motor padrão para todas as equipes (16%).

8) Os fãs esperam que os pilotos sejam abertos e honestos (86%).

9) A média de idade dos fãs da F1 é de 37 anos, sendo que a faixa etária predominante está entre 25-44. Quase 25% dos fãs têm a F1 como esporte favorito e se interessam principalmente no Mundial de Endurance (WEC). 75% deles vêem uma corrida do início ao fim e gostam do horário entre meio-dia e 15h para ver uma corrida.

10) A internet é mais acessada que a TV para a busca de informações sobre a F1 e o Twitter é a ferramenta mais acompanhada para segui-la.

11) A Ferrari e Räikkönen são, respectivamente, a equipe e o piloto mais adorados do grid da atual F1. Com relação ao passado, Senna foi eleito o maior piloto de todos os tempos, à frente de Schumacher e Prost. Os carros de melhor aparência foram os dos anos 2000.

12) Na lista de quem mais respondeu à pesquisa, o Brasil aparece em décimo, atrás dos Estados Unidos (terceiro), da Áustria (quarto), da Holanda (sexto) e da Austrália (sétimo).

A pesquisa reflete bem grande parte do pensamento que noto nas redes sociais e entre o povo que trabalha com a F1. Chama atenção o tanto que os fãs usam a internet para que se abasteçam de notícias e informações, que deve ser o ponto principal para que se force a categoria a abrir os olhos e a mente para o óbvio. A F1/FOM segue sua perseguição e peregrinação contra aqueles que a divulgam, sobretudo vídeos, fazendo vigílias diuturnas e ameaças contra quem ou gosta muito do campeonato ou pretende passar a informação completa. Abrir um canal no YouTube e pegar jornalistas/estagiários para atualizar com maior frequência as redes sociais não está nem perto do desejado. A diferença para Indy e F-E, por exemplo, é abissal — e olha que não se pode nem comparar a F1 à GP3…

Outro ponto é sobre Räikkönen ser o mais querido e Hamilton não aparecer. É mais uma impressão errada de Ecclestone. Kimi só precisa ser Kimi — ainda que ele seja insosso e repetitivo em alguns momentos. Em tempo: o Reino Unido foi o país que mais votou na pesquisa. E pôs Button no top-3, à frente de Lewis.

E ainda que seja apenas uma pesquisa, surpreende que o Brasil apareça em décimo na lista. Ou o brasileiro achou maçante ter de ir até o fim — gastava-se cerca de meia hora —, ou de fato já não tem tanto interesse na F1/falar sobre ela. Em tempo 2: na pesquisa que o Grande Prêmio fez há pouco, 81% dos internautas apontaram a F1 como sua categoria de maior interesse. Mas a audiência mensal não reflete isso: menos de 50% do público do site têm acessado notícias da categoria.

É o reflexo da mudança de definição: de emocionante para chata.