Blog do Victor Martins
F1

Steven Spielberg

[bannergoogle]SÃO PAULO | Enfim o Rosberg que foi combativo e forte adversário de Hamilton em 2014 se apresentou em 2015. Na prova da Espanha, pareceu claro que o resultado estava mais em um mau dia do inglês do que por mérito do alemão; em Mônaco, a derrota de Lewis veio dos boxes; agora, não. Rosberg […]

[bannergoogle]SÃO PAULO | Enfim o Rosberg que foi combativo e forte adversário de Hamilton em 2014 se apresentou em 2015. Na prova da Espanha, pareceu claro que o resultado estava mais em um mau dia do inglês do que por mérito do alemão; em Mônaco, a derrota de Lewis veio dos boxes; agora, não. Rosberg só não foi melhor que Hamilton no Q3 que deu a pole a Rosberg. Veio a largada, o contorno da primeira curva na frente e uma ameaça nas primeiras curvas que foi desfeita com o acidente entre Räikkönen e Alonso. Depois, nada mais.

São três vitórias em quatro corridas que jogam a diferença para dez pontos no campeonato. Não é uma matemática que definitivamente expressa o que a disputa apresenta, mas os números dão de ombros para isso. Este Rosberg de Spielberg, sim, pode sonhar alto, agora que parece refeito da pisada que levou nas primeiras corridas. E tem de aproveitar quando Hamilton não atinge os além-100% que tem mostrado na temporada.

Assim, não se pode dizer de maneira alguma que Hamilton estava numa situação como a de Barcelona. É um segundo lugar que lhe traz alguma coceira, aquela que usa como mote para vir babando na corrida que vem. E a próxima é na Inglaterra.

O terceiro lugar de Massa se deu pela ‘porca estúpida’ que não encaixou direito no carro de Vettel. O desempenho da Williams foi muito similar ao da Ferrari durante o fim de semana. Uma vez na frente, Felipe não errou e impediu que o alemão se aproximasse rapidamente. Seb tirou a diferença a fórceps, décimo a décimo, até chegar na casa de 1 segundo que lhe permitisse abrir a asa e colar na traseira do rival. O ótimo motor Mercedes garantiu o primeiro pódio de Massa no ano.

Massa faz uma temporada honestíssima, e talvez o fato de a Mercedes estar tão à frente e a Ferrari vir como segunda força tenham impedido que se notasse isso com propriedade. Embora tenham sido algumas as vezes que tenha dito que poderia ter ido melhor ou cometeu um errinho, nenhum deles foi crasso a ponto de dizer que comprometeu seu resultado. Está em paridade com o que faz o companheiro Bottas, que foi muito melhor na primeira parte da temporada do ano passado. É certamente seu melhor campeonato desde aquele que disputou o título com Hamilton, em 2008.

A vitória em Le Mans deu um ânimo a Hülkenberg que lhe fez ser amplamente melhor que Pérez e pôr a Force India para brigar por muito tempo com a Williams de Bottas. Paparicado durante todo o fim de semana, o alemão começa a colher alguns louros com a evidência de sua qualidade. Após a prova, chamou a atenção uma pergunta feita pela Sky da Alemanha sobre ter sido contatado pelas equipes grandes da F1 nos últimos dias. Hülk evitou responder, mas não negou. E não há como não fazer um paralelo com a Ferrari e com um Räikkönen que não há meio de ir.

Num primeiro momento, não parecia crível que Kimi tivesse perdido o carro sozinho. A tendência era apontar que fora tocado por Alonso. Mas outros ângulos, sobretudo vindo do pessoal que gravou da arquibancada, mostram o erro. A relação com o erro no grampo do Canadá foi feita, mas desfeita pelo próprio piloto. Räikkönen dá a entender que tudo que lhe acontece se dá por causa do carro. Mas por que não rola com Vettel, então? Como o passado recente do finlandês lhe pesa contra, o episódio na Áustria é mais um que pesa contra. E a dupla Marchionne/Arrivabene não parece mais disposta em contar com seus serviços.

E a McLaren Honda, hein? Que projeto mal feito. É de dar pena, a situação de Alonso — em que pese as decisões que tomou para sua vida — e Button. Não passam um treino ou corrida sem problema de confiabilidade. É algo que em 2015 não se esperava mais num automobilismo tão preciso e cheio de informações que permite melhor identificar problemas. A Honda, sobretudo, deixou de operar em nível de excelência, e isso também pode ser visto na Indy, na MotoGP e nas categorias de que participa ativamente. Daí pega uma McLaren que engatou uma sequência de carros ruins e sequer tem patrocinador máster. A parceria é o maior fiasco dos últimos tempos, até maior que o projeto da Nissan para Le Mans.

Sobre a corrida em si, só valeu mesmo pela disputa final entre Vettel e Massa. Foi mais uma dentre tantas ruins na temporada. É o pacote que contém, entre outras coisas, este esquema de punições ridículas, que extrapolam o número de carros do grid, que só fazem o público se confundir e se afastar. Cantaria Luiz Carlos, do Raça Negra, que é uma barra gostar de você, F1.