Blog do Victor Martins
F1

Hülkenberg

SÃO PAULO | Você já deve ter lido por aí algo como “deem um carro decente para Hülk”; se não leu, já deve ter pensado nisso; e se não pensou, ainda tá em tempo — ou você não conhece automobilismo. Já tem um bom tempo que a F1 é ingrata e injusta com um dos […]

Hulk

SÃO PAULO | Você já deve ter lido por aí algo como “deem um carro decente para Hülk”; se não leu, já deve ter pensado nisso; e se não pensou, ainda tá em tempo — ou você não conhece automobilismo. Já tem um bom tempo que a F1 é ingrata e injusta com um dos pilotos mais brilhantes que surgiu nesta leva que só a Alemanha é capaz de proporcionar em tempos pós-Schumacher. Hülkenberg foi convidado pela Porsche para alinhar um terceiro carro em Le Mans e acabou como líder de um trio composto por outros dois jovens pilotos, Nick Tandy e Earl Bamber. Hoje, chorou e sorriu como nunca deve ter feito na vida.

Porque é daqueles momentos em que o êxtase em algum momento também faz passar aquele flashback rápido da carreira e logo acelera para ver o futuro. Hülkenberg é, definitivamente, um piloto de ponta e não pode se contentar em fazer figuração numa Force India ou em qualquer equipe mediana da F1. E não vai ser mais o mesmo quando o sonho de hoje tiver de ser deixado de lado rumo à Áustria para voltar à realidade.

Quantos dias forem, Hülk vai experimentar na F1 o que nunca pôde sentir: a sensação de ser um astro. Numa F1 insossa e carente de bons momentos em pista, o grid inteiro vai reverenciá-lo e vê-lo com outros olhos no próximo fim de semana em Spielberg.

Muito se fala que o grande problema de Hülk, fora ser grande em altura, é o fato de não saber se vender. Le Mans é a maior vitrine deste manequim que cabe como uma luva numa Mercedes ou na Ferrari que lhe deu as costas há dois anos por conta da vendetta de Luca di Montezemolo, colérico diante de um Alonso que queria se ver livre da equipe e que resolveu chamar Räikkönen de volta só para perturbar a vida do espanhol.

Pois que seja a Ferrari, que seja ela para trazer um #27 de volta a seu carro, que seja ela para desfazer o erro nas mãos de um chefe de equipe que já mostrou entender do riscado, Arrivabene. E se não for ela nem nenhuma, que Hülk vá ser feliz e vitorioso na carreira e que transforme a F1 numa escada para o WEC, e é incrível ver este patamar da F1, quase de categoria de base para um campeonato real, de investimento de montadoras e tecnologias, de competição e emoção. É mais do que incrível.

É tão incrível como Hülk.