Blog do Victor Martins
F1

Interlagos tá bom, 3

SÃO PAULO | Confesso que já esperava a invasão de pista em Interlagos, vide o que vem sendo feito nas últimas provas pós-GP da Itália, o precursor neste tipo de aproximação. O problema, por enquanto, é o modo como foi feito. A gente sabe bem que o brasileiro não é exatamente um povo dos mais […]

SÃO PAULO | Confesso que já esperava a invasão de pista em Interlagos, vide o que vem sendo feito nas últimas provas pós-GP da Itália, o precursor neste tipo de aproximação. O problema, por enquanto, é o modo como foi feito. A gente sabe bem que o brasileiro não é exatamente um povo dos mais calmos e cordiais, assim o negócio foi à base da força, quebrando alambrado e empurrando quem tivesse pela frente. Daí os seguranças pegam sete ou oito como cobaias para tentar aplicar seus mais primitivos golpes. Alguém, então, tem a consciência de que não adianta mais e libera.

A invasão em si é válida e serve para que o público se sinta mais próximo da F1, exatamente num momento crucial para esta F1 que se distanciou dos reles mortais, mas agora é um ponto que precisa ser colocado na pauta dos organizadores. Um fã que estava no autódromo mandou um relato descrevendo a cena, que vou postar adiante.

Em tempo: a audiência do treino classificatório de sábado rendeu o mesmo de audiência à Globo do que no ano passado, 10 pontos no Ibope — chegou a perder por alguns minutos para o Teleton, no SBT; na corrida, a média foi de 14.2, superior a de 2013, que deu 12.4. É um reflexo de Massa e sua chance de subir ao pódio, como acabou acontecendo.

O que significa que há, claro, a dependência de um brasileiro estando nas primeiras posições, e, mais claro ainda, no trabalho da emissora em cima dessa linha patriótica, como ficou evidente com o caso de Nasr, quase posto em pedestal todos estes dias, e até mesmo na vinheta de abertura da transmissão do GP do Brasil com… Senna. E muitíssimo mais claro no comportamento da equipe, em que o narrador abertamente torce contra os outros pilotos — no caso de Bottas, aquele espetáculo deprimente do ‘mais um pouquinho, mais um pouquinho’, quase ajoelhando para que o mecânico da Williams perdesse todo o tempo do mundo atando o cinto na parada dos boxes — e revela que o comentarista faz sinais para que Hamilton e Rosberg batam para o bem de Massa.

Eles nunca vão entender o mal que fazem.