Blog do Victor Martins
F1

Suzuka Kawasaka, 3

SÃO PAULO | A gente resolve sair cozamigos para comer uma pizza de leve, sabendo que a noite vai ser longa, pede a primeira cervejinha, aquela que serve para abrir o apetite e esperar os demais chegarem, pede a segunda, a terceira, aí o outro que não larga o celular pede a dele e, no […]

SÃO PAULO | A gente resolve sair cozamigos para comer uma pizza de leve, sabendo que a noite vai ser longa, pede a primeira cervejinha, aquela que serve para abrir o apetite e esperar os demais chegarem, pede a segunda, a terceira, aí o outro que não larga o celular pede a dele e, no primeiro gole, solta: “Vettel fora da Red Bull”.

A risada vem, outro gole acompanha e, diante da desconfiança, a tela do celular com a informação pula aos olhos. Os olhos arregalam. As informações vêm em cascata. A pizza mal tinha chegado.

Bom, é óbvio que é a maior bomba do ano, muito maior que a de Alonso na McLaren. Ninguém esperava, por exemplo, que tal notícia viesse antes daquela que foi antecipada por Américo Teixeira Jr.. Segundo o comunicado, a Red Bull soube hoje que Seb não queria mais ficar. É de se duvidar por um lado, afinal ninguém sabe da notícia e, em poucos minutos, sai soltando a informação para todo mundo, ainda mais definindo de cara o substituto — que rabudo, esse Kvyat; por outro, deve ter sido bem recente mesmo, afinal até dias atrás Vettel jurava que ficaria.

Vettel e Alonso, dois mentirosinhos. Que feio. A gente entende os motivos, mas, vá lá, dá qualquer desculpa, mas não vem com AIN VOU FICAR SEUS BOBOS PAREM DE ESPECULAR E PERGUNTAR.

Aí vem a questão inerente: por que Vettel saiu da Red Bull? É uma resposta semelhante à de Hamilton deixando a McLaren: a gente cansa de viver no casulo dos pais. Uma hora, a gente busca a vida solitária, sofre um pouco no começo, mas depois que anda com as próprias pernas, paga as contas, faz a comida, limpa a casa e lava a roupa, sente-se satisfeito com a liberdade e a felicidade. Não se imaginava justamente neste momento, mas um dia seria natural ver Vettel como Truman, deixando seu show para trás.

É natural que as especulações dos rastros surjam aos montes agora. Por exemplo: quem vai substituir Kvyat na Toro Rosso? Só podem ser, numa lista natural, Sainz Jr., Lynn ou o outrora carta fora do baralho Félix da Costa. Mas já tem quem pense que este é o primeiro movimento das equipes com três carros, sendo que Alonso ficaria na equipe — mas como nosso Snowdinho não erra, é de se descartar; mas vai que…

Ou, ainda nesta linha, que Vettel e Räikkönen tenham Bianchi como companheiros, a McLaren vá de Alonso, Button e Magnussen e a Red Bull procure um terceiro nome que teria de sair do hangar da equipe na Áustria e atravessar o Atlântico a nado para chegar no porto de Santos e de lá sair em disparada até Aparecida.

A noite vai ser bem longa. Ainda bem que sobrou pizza.