Blog do Victor Martins
F1

Spa Relax Francorchamps Elisées, 2

SÃO PAULO | É a terceira vez, acho, que acontece isso: Hamilton lidera sempre, com pouca ou considerável vantagem, e chega na HH/Q3, e solta flatos na farofa – estou polido hoje. Quando começou a classificação naquela pista lavada, a primeira volta de Lewis vinha para ser uns 3 segundos mais rápida que a rapa, […]

SÃO PAULO | É a terceira vez, acho, que acontece isso: Hamilton lidera sempre, com pouca ou considerável vantagem, e chega na HH/Q3, e solta flatos na farofa – estou polido hoje. Quando começou a classificação naquela pista lavada, a primeira volta de Lewis vinha para ser uns 3 segundos mais rápida que a rapa, ele errou na Bus Stop, escapou, voltou, e ainda pôs lá seu segundinho à frente. À sua maneira, Rosberg foi chegando. E Nico é assim, um alemão made in Minas Gerais, comendo pelas beiradas e quietinho. Sétima pole no ano, mas enfim uma situação em que os dois vão poder brigar de igual para igual na corrida de amanhã.

Houve tempos em que a chuva era aliada de quem não tinha carros bem concebidos. Agora, nesta F1 de ponta-cabeça e sem tesão, quem tem o melhor equipamento é supremo em pista molhada. É mais uma demonstração da perda de caráter da categoria. Red Bull, Williams e Ferrari estavam em patamar GP2 diante da Mercedes. E mesmo com a pista seca amanhã, segundo a previsão, difícil que Vettel, Alonso, Ricciardo, Bottas e Massa ousem andar no ritmo dos dois primeiros. Projeções de brigas boas, pois, com Hamilton não se vendo tão prejudicado por largar em segundo, enxergando uma ultrapassagem sobre o parceiro em La Source, e o resto brigando pelas migalhas como a Pomba. Pru.

Atenção a dois pilotos em especial: Vettel e Alonso. Além de uma tendência linda de reviverem aquela batalha do GP da Inglaterra, os dois andam muito em Spa-Francorchamps. E o alemão, em especial, cresce uma barbaridade a partir da segunda parte da temporada.

Mas mais atenção ainda ao que podem aprontar os comissários da prova. Pelo que foi visto na corrida 1 da GP2, qualquer toquinho vai ser passível de investigação e consequente punição. A tendência a estragar corridas é maior que a possibilidade de chuva em Spa & Francorchamps.

No pelotão intermediário, três destaques. Aos positivos, primeiro: Bianchi foi novamente ao Q2. Ele é a salvação da Marussia, que não merece tanta assim pelo episódio envolvendo Chilton e Rossi. “Ain porque a gente não vai contar para vocês o que aconteceu, mas se soubessem, ficariam enojados”. À merda, vai, fala logo que tão na penumbra, precisavam de grana, deu problema na parcela, aí resolveram as “questões contratuais”. Ficar dando ar de mistério ao negócio como se tivesse havido um crime passional ou um caso de amor é besteira. Mas voltando a Bianchi, esse tá com a vida ganha assim que Räikkönen resolver ir curtir a vida fora da F1. O outro é Lotterer. Com tudo aquilo que foi dito, o cara mostrou que a F1 perdeu muito tempo sem tê-lo. Andou pela primeira vez com o carro na chuva, tomou 6s de início e, no fim das contas, foi 1s mais rápido que Ericsson – que provou ser fraquinho. O negativo ficou por conta de Hülk, que pela primeira vez não passou do Q1 sem problemas mecânicos. Vai largar em 18º.

Por fim, o palpite: Hamilton, cansado de ser passado para trás, na base do ataque feroz, ganha de Rosberg. E Bottas vai conseguir pegar o terceiro lugar na estratégia dos boxes, mesmo conservadora, da Williams.