Blog do Victor Martins
F1

O apoio dos números

SÃO PAULO | A tarefa que Hamilton tem a partir do próximo fim de semana sabidamente não é das mais fáceis. Problemas e desavenças à parte, o inglês não mostrou nos números da pontuação o que dele muitos esperavam: que sua rapidez ganhasse da inteligência de Rosberg. Só em um momento durante toda a primeira […]

Nico Rosberg

SÃO PAULO | A tarefa que Hamilton tem a partir do próximo fim de semana sabidamente não é das mais fáceis. Problemas e desavenças à parte, o inglês não mostrou nos números da pontuação o que dele muitos esperavam: que sua rapidez ganhasse da inteligência de Rosberg. Só em um momento durante toda a primeira parte da temporada que Lewis colocou-se à frente do parceiro de Mercedes: após o GP da Espanha, sua quarta vitória seguida depois que Nico abriu o Mundial com a vitória na Austrália.

Além de ter um parceiro insistemente consistente – e até com sorte, como no caso do Canadá –, Hamilton não tem o melhor dos retrospectos depois que a F1 volta de férias quando confrontado com quem está ali na garagem ao lado. Há três temporadas que Lewis, por exemplo, não consegue fazer mais pontos que o companheiro, seja Button ou o próprio Rosberg.

Quando o mesmo paralelo é feito com o alemão, suas derrotas na parte final da temporada se deram apenas para Schumacher. E por muito pouco – sempre menos que os atuais 11 pontos que o distanciam de Hamilton no campeonato.

Nos sete anos anteriores em que esteve na F1, Hamilton teve quatro companheiros. O primeiro deles foi Alonso. Naquele Mundial em que a McLaren viveu uma guerra declarada após o GP da Hungria, perdendo o título para Räikkönen e a Ferrari, o inglês somou 29 pontos contra 36 do espanhol – 83 a 68 se aplicado o sistema de pontuação em vigor. Nas duas temporadas seguintes, contra o frágil Kovalainen, um samba na cara.

Com Button, as coisas começaram a mudar para Hamilton e foram mostrando um declínio gradual em seu desempenho. Em 2010, Hamilton somou 83 pontos e bateu o parceiro por 16. Mas na temporada seguinte, levou uma sova: 136 a 81 a favor do lorde. Na última vez em que os compatriotas dividiram o espaço na McLaren, Button ganhou a neguinha e fez Hamilton buscar outros ares.

E na comparação direta e reta no ano passado, Rosberg teve uma performance bem mais sólida que Hamilton.

Pegando o mesmo período – isto é, desde 2007 –, Rosberg sobrou quando pegou Nakajima de companheiro por três temporadas na Williams. O japonês, aliás, só ganharia pontos em duas situações considerando o formato atual de pontuação. Ao ir para a Mercedes, Nico enfrentou Schumacher. No geral, também ficou à frente do parceiro, mas sempre se viu em igualdade de condições na segunda parte do Mundial. A diferença entre ambos nunca foi superior a 4 pontos, tanto para um quanto para outro.

Com Hamilton, como descrito, a coisa foi até mais fácil: 85 a 67 a seu favor.

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
HAM 29 36 30 83 81 73 65
36 15 13 67 136 87 87
ALO KOV KOV BUT BUT BUT ROS
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
ROS 13 9 9 48 41 16 87
0 1 0 47 44 20 65
NAK NAK NAK MSC MSC MSC HAM



Os números e suas friezas, assim, apontam que Rosberg tem um retrospecto a seu favor, além de nunca ter visto seu companheiro, nesta análise, terminar o campeonato com maior pontuação. Para quem gosta de apostas — e sua igual exatidão em algarismos —, é um fator de peso.