Blog do Victor Martins
F1

Budapeste bubônica, 3

SÃO PAULO | Que nem ontem, vou começar pelo fim. Parece que na sexta-feira, pipocaram rumores que viraram informações de que Flavio Briatore foi chamado para ‘salvar’ a F1 e pensar em métodos de deixá-la mais animadora, excitante, prazerosa, uh!. Encontre o erro. Uma pausa para pensar. A resposta, caso seja necessária, no próximo parágrafo, […]

Daniel Ricciardo

SÃO PAULO | Que nem ontem, vou começar pelo fim. Parece que na sexta-feira, pipocaram rumores que viraram informações de que Flavio Briatore foi chamado para ‘salvar’ a F1 e pensar em métodos de deixá-la mais animadora, excitante, prazerosa, uh!. Encontre o erro.

Uma pausa para pensar. A resposta, caso seja necessária, no próximo parágrafo, em texto cosmerimolístico.

A F1 quer se remodelar usando um cara que arquitetou uma manipulação de resultados. Que não vive o ambiente da categoria tem cinco anos. Cujo histórico, pois, não presta. A F1 quer pensar no futuro olhando para o passado de quem tem antecedentes criminais. O que Briatore pode acrescentar à F1? Segue.

A corrida na Hungria hoje foi excelente, nível Bahrein. O que Alonso fez hoje foi mágico. O que Hamilton guiou foi uma barbaridade. O que Vettel fez para controlar o carro e não bater foi sublime. O que Vergne conduziu a pequena Toro Rosso na frente das grandes foi memorável. E o que fez Ricciardo?

Bem, Ricciardo fez e faz o bem da F1. Não tem um nego neste mundo que não torça para esse moleque. Desde o GP da Austrália, classificando-se em segundo no grid, chegando na mesma posição, sendo desclassificado, sorriso no rosto, alegria, e aí veio o pódio válido na Espanha, a vitória no Canadá e outras tantas aparições. E teve hoje. Foi pra cima de Hamilton e Alonso, capengas, mas decidido, firme, meticuloso.

Nas redes sociais, o Twitter do UFC se manifestou e parabenizou o australiano; o da F1, calado, se presta apenas a publicar notícias e seguir uma única arroba, a do Verified Account. E quer Briatore como salvação…

A F1 tem Button, Räikkönen, Hamilton, Alonso e Vettel, putas véias deste negócio, e tem um ídolo tão evidente nascendo que, tão óbvio quanto, precisa se aproveitar dele. A Indy, tempo atrás, quis fazer de Newgarden seu ídolo na América. Para isso, colocou o próprio junto dos torcedores na posição mais curiosa possível: desconhecido, fazia o piloto perguntar ao povo seus preferidos e, na sequência, falava de si perguntando em terceira pessoa. Quase ninguém sabia quem era, e foi assim que se popularizou.

Ricciardo, a gente já sabe bem quem é. Basta a F1 descobrir. É metade do caminho para que volte a crescer.