Blog do Victor Martins
F1

Steven Spielberg, 2

SÃO PAULO | Olha… é muita viagem dizer que a Williams se apequenou (de novo?) e entregou a vitória para a Mercedes hoje? Que não soube fazer a estratégia correta em nenhum momento? Ou, na pior das hipóteses, que poderia ter posto seus dois pilotos no pódio tranquilamente? Massa e Bottas lideraram sem muitos percalços […]


SÃO PAULO
| Olha… é muita viagem dizer que a Williams se apequenou (de novo?) e entregou a vitória para a Mercedes hoje? Que não soube fazer a estratégia correta em nenhum momento? Ou, na pior das hipóteses, que poderia ter posto seus dois pilotos no pódio tranquilamente?

Massa e Bottas lideraram sem muitos percalços o primeiro trecho da prova em Spielberg. Estava mais calor do que se esperava, e os pneus supermacios, sobretudo os traseiros esquerdos, desgastavam para todos em similares ritmos. É mais ou menos certo e sabido que táticas mais eficazes premiam quem para antes, aproveita para dar uma ou duas voltas bem rápidas com pneus mais novos, e quem fica para depois acaba voltando atrás. A Williams preferiu cercar a Mercedes. E mesmo assim, demorou muito para fazer Felipe parar. Teve aquele segundo ali que gastou a mais no pit do brasileiro – e que parece crônico e irremediável –, mas um cara que lidera uma corrida não pode voltar simplesmente em quarto do jeito que ficou.

Outra coisa: do jeito que estava, e a Williams usando os mesmos motores que a Mercedes, dificilmente ou nunca que os carros de Hamilton e Rosberg superariam Bottas e Massa nas retas. E no miolo era bem difícil de passar. Uma prova disso é que Hamilton pareceu ter muito melhor desempenho que Rosberg. Depois da largada fenomenal, pulando de nono para quinto e jantando Alonso, Lewis já estava atrás de Nico depois da terceira volta. Ficou lá estancado. Quando teve pista livre após as paradas, voava; chegava no companheiro, ficava lá, perguntando a vida para os pits para saber o que deveria tentar passar ultrapassá-lo. Assim, se a Williams tivesse feito as paradas sempre antes ou pelo menos na volta seguinte às da dupla prateada, teria muito mais chances de manterem a ponta, e que os dois se virassem para tentar passar.

Quando Massa voltou dos pits, voltou colado em Hamilton, e o quarteto andava no ritmo até rápido de Pérez, o líder da ocasião. Então, Felipe não andou colado no grupo nem esboçou atacar o inglês para retomar as posições. Só quando o ritmo do mexicano caiu vertiginosamente é que o brasileiro se aproximou – e Massa precisou da ida do seu mais novo rival aos pits para se livrar dele. Ali, viu o resto se deslocar dele. Assim, quando ele disse depois da corrida que o pódio era possível e que não sabe o que aconteceu em sua primeira parada, não deixa de ter sua razão, bem como é verdade que não mostrou em nenhum momento um esboço de recuperação.

Já é possível atestar uma coisa entre Massa e Bottas na Williams: o primeiro é mais rápido em voltas rápidas; o segundo é melhor em corridas. O resultado é conclusivo e visto na classificação do campeonato: 55 a 30.