Blog do Victor Martins
F1

Mont Real, 4

SÃO PAULO | Por fim, o vencedor. Esse moleque era meio que dúvida até mesmo na Red Bull quando foi pinçado para ocupar o lugar de Webber. A negada lá deixou Vergne para trás porque via em Ricciardo mais velocidade, embora os resultados nas corridas e no campeonato apontassem para uma maior pontuação do francês. […]


SÃO PAULO
| Por fim, o vencedor. Esse moleque era meio que dúvida até mesmo na Red Bull quando foi pinçado para ocupar o lugar de Webber. A negada lá deixou Vergne para trás porque via em Ricciardo mais velocidade, embora os resultados nas corridas e no campeonato apontassem para uma maior pontuação do francês. E com um Vettel tetracampeão e um carro prestes a sofrer alterações sensíveis, o cadafalso estava cheio de crocodilos famintos esperando pela janta.

Pois Ricciardo tem duas importantes marcas na temporada: ser o único homem a tirar a Mercedes da primeira fila — em casa, na Austrália — e a acabar com a invencibilidade em corridas, como aconteceu em Montreal.

Natural que precisasse de um defeito dos carros prateados, que veio em dobro e concomitante. Foi como se um hacker tivesse invadido o sistema da Mercedes e enviasse um comando para dar CTRL + ALT + DEL e dar um tilt. No caso de Hamilton, a placa foi danificada terrivelmente; com Rosberg, o sistema reiniciou, mas capenga. Sorte e competência de Nico ter levado esse carro até o fim e quase vencido — a sorte só não foi maior porque Pérez começou a ter problemas e permitiu a ultrapassagem de Ricciardo, que então partiu para a vitória.

O moleque do sorriso fácil merecia há tempos a glória maior pelo que lhe foi arrancado no GP da Austrália. O pódio na Espanha não foi o bastante. Arrojado, carismático, perspicaz, perigoso para Vettel, e era o que Vettel precisava, de um companheiro para empurrá-lo em um momento em que a Red Bull aparece como segunda força. Deu para ver em Vettel uma alegria em ver o parça ganhando, o abraço forte, o erguer no colo, o banho com a champanhe. O sorriso aberto.

Agora humana, no posto de abocanhar o que sobra do carro fora deste planeta, a Red Bull enfim tem dois pilotos do mesmo calibre. É evidente que falta a Ricciardo a experiência e a bagagem que os quatro títulos deram aos montes a Vettel, mas já se nota, além dos traços da criação de um ídolo e de um piloto absolutamente de ponta, que a equipe acertou em cheio em sua escolha.