Blog do Victor Martins
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INDIANÁPOLIS | A foto resume o que foi a classificação em Mônaco. Ricciardo, pobre, não tem muito que ver com o angu. Hamilton desceu do carro putinho, foi para a foto oficial putinho, entrou na sala de coletiva da FIA putinho, falou cinco palavras e não mais que isso deixando claramente que tava putinho. Hamilton […]

Hamilton, Rosberg

INDIANÁPOLIS | A foto resume o que foi a classificação em Mônaco. Ricciardo, pobre, não tem muito que ver com o angu. Hamilton desceu do carro putinho, foi para a foto oficial putinho, entrou na sala de coletiva da FIA putinho, falou cinco palavras e não mais que isso deixando claramente que tava putinho.

Hamilton vinha dois décimos mais rápido que Rosberg em sua última volta rápida quando viu as bandeiras amarelas agitadas e teve de abrir mão da volta e da pole, que pertencia a Nico, o causador das amarelas. O alemão vinha ali na Mirabeau, errou a freada e, para não bater, foi ali para a área de escape/viela.

A reação de Hamilton cai naquela coisa do compreensível, mas vai daí uma larguíssima diferença para o que fez Schumacher em 2006 estacionando na Rascasse.

Vi e revi o replay aqui pela TV americana, e nada indica que Rosberg tenha feito de propósito. Também não me parece nem um pouco da índole dele em tentar provocar isso, ainda mais com zilhões de câmeras captando tudo e um mundo conectado pelas redes sociais onde cada detalhe visto é replicado até chegar nos olhos certos.

Só que a reação corporal de Hamilton não engole que tenha sido tão simples assim. Após as palavras de felicidade e alegria no microfone não muito funcional de Rosberg, Lewis soltou um “isso é irônico”, quase que cantando a música de Alanis Morissette. “It’s like rain on your wedding, it’s a free ride when you’ve already paid”. A free ride. Irônico.

Só que Lewis não iria cantar nem Nicole Scherzinger ali. O sangue nos zóio consumia tudo.

Uma coisa que pode ser questionada é a bandeira amarela em si. Considerando que existe essa regra e que Rosberg não estava atrapalhando propriamente ninguém naquele espaço, deveria ser acionada?

Niki Lauda já saiu em defesa de Rosberg. Hamilton é cabeça dura e, como sabemos, seu psicológico é um caso à parte. Basta mexer com ele que dali ou sai 8 ou 80. É, talvez, o início da guerra que Rosberg precisava começar para chacoalhar um pouco a situação na Mercedes para não tomar tantas poles e vitórias seguidas na fuça.

Ainda que, sem querer, Nico pode ter começado o que tantos já falam ser algo parecido como a era Senna-Prost, tipo Villeneuve aqui em Indianápolis para o Grande Prêmio.

Aqui na Indy, aliás, tem uma regra para isso: se você provoca uma paralisação qualquer, a bandeira vermelha é acionada, e o piloto perde as duas melhores voltas conseguidas no treino. Provoca uma discussão imensa. Numa análise geral, intencional ou não, o erro de Rosberg acabou com o Q3. O debate está aberto.

Seja como for, a F1 começou pra valer hoje.