Blog do Victor Martins
F-Indy

Polis de Indiana

INDIANÁPOLIS | Mas já aconteceu de um monte nesta viagem. Primeiro que, ao sair de São Paulo, tinha aquela ameaça lá de paralisação da Marginal, porque agora virou moda paralisar e marginalizar. É o processo de cretinalização às custas do que havia se iniciado um movimento de protesto contra o aumento da tarifa e outras […]

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INDIANÁPOLIS | Mas já aconteceu de um monte nesta viagem. Primeiro que, ao sair de São Paulo, tinha aquela ameaça lá de paralisação da Marginal, porque agora virou moda paralisar e marginalizar. É o processo de cretinalização às custas do que havia se iniciado um movimento de protesto contra o aumento da tarifa e outras tantas coisas erradas. Enfim, aí eu e Evelyn Guimarães tivemos de ter o cuidado de ver se os bocós estavam lá ainda enchendo a vida de uma cidade já cheia. Não, ao menos. Chegamos ao aeroporto e constatamos que estava mais cheio que a cidade em si.

Do portão 3, muda para o 9 e depois para o 11, desculpem, senhores, e pelo menos partiu na hora. Fomos separados no avião, o que fez Evelyn chorar e dormir logo, a ponto de perder o delicioso jantar com salada de pepino e uma carne que tinha ali algo feito com ovo. O voo, ao menos, chegou na hora também, só que precisamos correr no aeroporto de Washington para pegar a conexão, o que nos fez dispensar a visita programa a Obama.

Bom, o aeroporto de Washington é daqueles que tem metrô para levar às diversas letras dos portões de embarque domésticos. Assim que pusemos os laptops de volta às mochilas, calçamos os tênis e recolocamos as blusas com o frio polar, chegamos à uma funcionária X qualquer que sacramentou: “O voo está fechado”, e indicou que fôssemos falar com o setor da clientela triste da companhia aérea. Andamos em sete corredores, pegamos três escadas rolantes, o trem, a vida, dobramos à esquina, vimos o setor dos portões A, depois do D, do C e do B, e aí ouvimos: “Indianapolis last call”.

Embarcamos.

Embarcamos num avião que cê tinha de baixar a cabeça pra entrar nele, andar de lado para avançar a fila, ser anão e raquítico para ir bem. Chafé na cuca e alguma meia horinha babando de sono, aterrissamos com o horizonte plúmbeo dando as boas-vindas. Bastou entrar na van que o aguaceiro veio.

Aí fomos pegar o carro e tal, e aí vem o cara: “Tudo bem?”, “Como assim ‘tudo bem?”, pensei, e perguntei se o rapaz sabia português, “sim, minha mulher é brasileira”, e aí é papo pra mais de hora com o cara que conhece Belém, Fortaleza, adora São Paulo e odeia Manaus. No fim, Peter indicou lá uns bons lugares a ir e “vamos combinar uma cerveja para vocês conhecerem a Sara”.

As coisas começavam a melhorar.

Mentira.

Vitonez com foto de cinco anos atrás. Direto do túnel do tempo

Depois de deixar as malas no hotel, que batizarei de Moquif Inn,  e um banho, pegamos as credenciais e vi que a minha foto de cinco anos atrás é quase de um irmão dez anos mais novo. A gente envelhece rápido, deus me livre. Entramos por um portão novo de credenciamento de imprensa por conta da mudança do circuito misto, demos aquele drible esperto & saudável para parar o ‘Abacartão’, nome que dei ao carro, perto da sala que nos acolhe, subimos, deixamos nossas coisas ao lado das de Américo Teixeira e Andrea Leite, ligamos o computador e zupt!, quedê internet grátis e fácil?

Perdemos o almoço.

E tenta conectar, e liga, e desliga, e cria a conexão na raça, e põe, repõe, recontrapõe a senha, e nada, e nada, e nada, e os carros indo para a pista, e maldição!, que diabos vou fazer sem computador, esse lindo computador comprado aonde? Isso mesmo, Indianápolis, três anos atrás, quando o antigo resolveu dar problema justamente no saguão do aeroporto de Guarulhos. Daí a Andrea indicou ali o Mike, prazer, um cara sentado à minha diagonal direita que tem cara de Adam Sandler, “ele vai resolver”.

E aí se conversa com o Mike e se atrapalha pra dizer todos os termos em inglês que se resumiriam em “essa merda não conecta, proxy, IP”, e o cara vai, olha para o Mac dele, liga para o chefe, faz as mesmas coisas, desliga, liga, e funciona. Um abraço efusivo, Mike, cê é meu deus, cara, vou rezar muito por você, adorei sua participação em ‘Tratamento de Choque’, e aí você senta, conecta, fala, vê o que se passa no mundo, desaba a chuva em Indianápolis, treino interrompido, nada por fazer.

A Andrea ainda me vira e fala: “Tá sabendo que meu carro foi guinchado?”, “Como assim, que cê fez?”, “Ah, eu parei meu carro aqui embaixo e não podia”.

O Abacartão ainda está lá, e mais emoções estão vir.

Eu amo Indianápolis.