Blog do Victor Martins
F1

O legado Melbourne, 2

SÃO PAULO | A turma que vem ali do rebolo deposita suas esperanças nas quebras alheias e na capacidade que seus carros podem apresentar de recuperação — sobretudo se a pista estiver seca em Melbourne. Massa é o primeiro deles, nono, liderando o trenzinho que ainda tem Button, Räikkönen e Vettel. Os quatro terão um […]

SÃO PAULO | A turma que vem ali do rebolo deposita suas esperanças nas quebras alheias e na capacidade que seus carros podem apresentar de recuperação — sobretudo se a pista estiver seca em Melbourne. Massa é o primeiro deles, nono, liderando o trenzinho que ainda tem Button, Räikkönen e Vettel.

Os quatro terão um pouco de dificuldade porque há três obstáculos à frente: as Toro Rosso dos bons Vergne e Kvyat e a Force India de Hülkenberg. A princípio, os tourinhos mirins não representariam tanta preocupação, só que até agora não se sabe o que estes carros, todos, são capazes de produzir. Pelos treinos nas CNTP, o ritmo é mediano. Quanto a Hülk, é casca grossa, mas parece que ainda falta um pouco aos indianos para estar na toada dos parceiros empurrados pelo motor Mercedes.

A Williams parece bem para um stint de corrida. Ao que parece, no entanto, torce para que a pista não esteja molhada. Obviamente, faz-se necessário relativizar qualquer análise da classificação naquelas condições, só que fica claro que o FW36 não se virou tão bem quanto os demais em condições adversas. Dizer que Massa, mudando de equipe, continua na mesma faixa do grid por causa disso é leviano.

Dos quatro, aquele que parece estar abaixo do que pode render é Räikkönen. Ainda lhe falta encontrar a sintonia fina do novo estilo de pilotagem que a F1 requer, sem contar os vários problemas vistos no fim de semana. É um que, a princípio, terá dificuldade de evoluir na prova.

Quanto a Vettel… comédia é ler a patuleia se deleitando com o 12º no grid e dizendo que se trata de uma farsa, que nunca enganou ninguém, que está acabado, um mimimi e um chorume de quem (dis)torce contra. Nego não pode ter nenhum problema que já usa como arma para desconstruir tudo o que o cara fez e mostrou na F1. E mesmo que vá mal logo mais, o cara tem crédito ad eternum para mandar uma série de beijinhos nos ombros.

A Red Bull saiu do coma, é o que vale dizer diante dos treinos. E é Vettel quem vai iniciar o tratamento para voltar à vida normal.

Kobayashi, o Mito Lindo, está em 14º no grid. Nada mais enganoso, para nossa tristeza. A Caterham não tem ritmo algum com o carro-vassourinha. Só não perde para esta Lotus, que faz um papelão que não me lembro de precedentes. As reações de Grosjean, espontâneas e, consequentemente, engraçadas, dão o tom do que é o desespero de guiar o E22-tomada, como se vê aqui.

Ele e Maldonado, se derem 10 voltas juntos, têm de ir para o Outback e pedir um ribs no esquema de rodízio para comemorar o feito.

Melbourne é um lugar que é propício para entrada do safety-car e, com este novo regulamento e as condições apresentadas, vai ser o palco de estratégias amplamente diferenciadas entre todos. A corrida se desenha como um baralho. Palpites? Mercedes fazendo 1-2, com Rosberg vencendo — uia! O terceiro… Alonso. Puramente pelo que é capaz de tirar o ás da manga do que por sua Ferrari.