Blog do Victor Martins
F1

Relaxa senão não encaixa

SÃO PAULO | O Grande Prêmio é um site de princípios, claro, mas vamos aqui falar umas verdades a respeito do MP4-27 e do E22, que resolveu surgir hoje – por motivos que o igual anúncio surpreendente da saída da Éric Boullier da Lotus em direção à McLaren explicam: os carros se encaixam. Quase copulam […]

SÃO PAULO | O Grande Prêmio é um site de princípios, claro, mas vamos aqui falar umas verdades a respeito do MP4-27 e do E22, que resolveu surgir hoje – por motivos que o igual anúncio surpreendente da saída da Éric Boullier da Lotus em direção à McLaren explicam: os carros se encaixam. Quase copulam e formam um kart, sei lá. Esse bico Gonzo da McLaren é perfeito para o espantoso capô da Lotus.

Dsclp, família brasileira. É meio chocante, eu sei, mas precisava dizer. Um carro macho e outro fêmea nesta F1 que ferra as equipes. Só poderia sair uma cópula. Até a Lulu Ferreira, uma fofa, pessoa das mais doces que já conheci, admite:

Bom, é essa a F1 com a qual vamos ter de acostumar. Já se sabia que, por conta das mudanças aerodinâmicas que baixavam a altura das asas dianteiras, anomalias como o apêndice/bico/piu-piu na ponta deveriam surgir. O que é interessante é como as equipes lidam com essas mudanças. A Williams veio com uma peça reta e afinada; a McLaren fez uma base em ‘M’, quase como aquele brinquedinho de ferro que me foge o nome e que se tem de desencaixar da outra peça igual a ela, com esse narigão curvilíneo e ligeiramente maior; a Lotus foi em uma outra linha e trouxe algo inédito, com um bico de duas pontas – tomada, como definiu Juliana Tesser. São fluxos de ar natural e evidentemente diferenciados.

A McLaren foi a única das três a fazer um lançamento oficial. Foi lá em sua sede em Woking – a apresentação online falhou –, com Button e Magnussen, em um carro menos prateado do que o comum e sem patrocínios. Meio estranho, num contexto total. A Lotus só jogou uma fotinho nas redes sociais ao mesmo tempo para ofuscar, acendendo o pavio de uma guerrinha para esconder o conflito interno que vive.

A saída de Boullier, a maior dentre as tantas que se sucedem desde o fim da temporada do ano passado, somada à ausência nos testes da semana que vem em Jerez, põem desde já a Lotus como candidata a mico do ano. Mico que, na verdade, começou ao tentar fazer uma negociação com a sui generis Quantum do conhecido pilantra Mansoor Ijaz. Ijaz enganou o time por longos seis meses, alegando que havia depositado a quantia combinada na conta do grupo Genii, mas em tesouros do Governo Americano. Sendo que Ijaz deve até as calças paquistanesas lá em sua terra. Agora, é Gerard López quem vai ter de ocupar às pressas o cargo de Boullier. Porque, claro, não tem ninguém disponível e não há grana para contratar um chefe de equipe assim, num estalar de dedos. E talvez ninguém queira pegar essa bucha aí para passar nervoso o ano todo.

Em algum lugar deste mundo, Hülkenberg sorri pela primeira vez se chamando de sortudo. E, na verdade, é de se pensar quem é a verdadeira zica do pântano da F1. Com número 13 e tudo, Maldonado se apresenta perfeitamente como tal.