SÃO PAULO | Dos finais de semana pós-férias da F1, este certamente é o que traz alguma emoção extra. Posso estar enganado por conta da memória fraca e carcomida, ou se é porque o pessoal em geral já está meio borocochô e cheio de muxoxo, ou ainda porque estou emotivo pelo título do meu time, mas até que foi legal, vai. Até porque Webber resolveu andar bem neste fim de ano, ainda que seja em classificação, e fez Vettel suar para conseguir a pole no finzinho. E porque teve a Williams aparecendo em situações absurdamente opostas.
Aos dois primeiros: Vettel e Webber andaram destacados do resto a penca durante os treinos, de novo (oh!). Daí natural que só eles e mais ninguém disputassem a pole. O interessante foi o quanto Webber deu de si para andar mais rápido que o companheiro, sobretudo na última volta. A última volta, meus caros, era perfeita até Markola chegar na última curva. Daí cagou. Ele mesmo admitiu. OK, 1min36s4, melhor marca do fim de semana, Vettel abre seu último giro, toma no primeiro setor, toma mais no segundo e vai lá e enraba o pobre e tira sarro. Esse Vettel, viu, não é nada FÁCIO.
Daí Grosjean abre a segunda fila. É e não é uma surpresa: é porque não vinha beliscando essa posição com frequência ao longo; não é porque a Lotus tem disputado parelhamente a posição de melhor do resto com a Mercedes, e Romain tem sido o líder da equipe nesta parte final do ano, ainda mais agora que tem Kovalainen como parceiro. Kova, aliás, até que foi bem para quem não tem a mão do carro: foi ao Q3 e sai em oitavo. Deve salvar, como diz o outro que posta foto no Instagram se oferecendo, alguns pontinhos.
Em quarto, Hülk. Talvez já se tenha escrito isso aqui e ali, mas, plmdds, deem um carro de ponta pra esse moleque. O coitado vai ficar sem lugar na Lotus, não vai achar nada na Force India e até foi inteligente em não aceitar o convite do time de Éric Boullier para o lugar de Kimi para não se queimar na Sauber. Porque, no fim das contas, é o que vai lhe sobrar. É muito pouco.
Pulemos Hamilton, Alonso e Pérez. Aí se chega em Bottas. Má que que puseram no carro dele hoje? Um duplo KERS? Adaptaram já o turbo do ano que vem? Moleque simplesmente foi o melhor no Q1, andou no top-5 no Q2 e acabou entregando a paçoca no Q3. Vá lá, nono lugar tá bom demais pro finlandês, que tem condições, sim, de conseguir algo melhorzinho amanhã. Um sexto lugar não é de todo ruim sonhar. E enquanto trazia seu sorriso naquela cara meio de coxinha, Maldonado vociferava contra a Williams. Camarada chegou a insinuar sabotagem – só não falou com todas as letras por algum motivo X, porque era de se esperar. Disse que a equipe está jogando com seu carro. Que calibraram os pneus erradamente. Que é a culpada de tudo. E por isso soltou que “nem estou mais me preocupando com este ano”, “minha cabeça está em 2014”, pensando “que carajo de mierda es eso”.
Olha… já tem nego torcendo para que ele não corra em 2014. Ou até para que a Williams rompa imediatamente o contrato com ele. Pena que, no ano que vem, está fechado com a Lotus. Segundo a TV, desde hoje. Mas hoje não é 31 de outubro.
Decepções ficaram por conta de Rosberg e Massa. Quanto a Felipe, praticamente pediu que a equipe desmonte seu carro para achar o problema. “Senão a corrida vai ser um desastre”, já avisa. Bem, a Ferrari não tem lá bom retrospecto nesta pista. Alonso já reclamou do ultraconservadorismo dos pneus Pirelli. Os caras tão que não passa nem vento com medo de perder o terceiro lugar nos Construtores para a Lotus.
Há de ser uma corrida bacana. O circuito é bacana demais. Tilke acertou a mão. Claro que Webber vai largar mal e perder posição para Grosjean e, talvez, Hülk. A briga vai ser boa pelo pódio. E é claro que, para coroar o que é, Nico poderia ser agraciado com o terceiro lugar ali.