Blog do Victor Martins
F1

X’Abu, 2

SÃO PAULO | É, foi aquilo que se imaginava: Webber largando mal, Vettel contornando a primeira curva tão soberano quanto o pai do Félix e adeus. Mas, assim, adeus bem dado. Teve quem perguntasse pelo Twitter se seria possível dar uma volta no segundo colocado. Seria uma UMILIAÇÃO enorme, tipo não entender o texto irônico […]


SÃO PAULO | É, foi aquilo que se imaginava: Webber largando mal, Vettel contornando a primeira curva tão soberano quanto o pai do Félix e adeus. Mas, assim, adeus bem dado. Teve quem perguntasse pelo Twitter se seria possível dar uma volta no segundo colocado. Seria uma UMILIAÇÃO enorme, tipo não entender o texto irônico do Antonio Prata d’hoje.

Olha, o fim do campeonato é chato por si só numa pista que não é lá essas coisas. O mundo quer 2014 há tempos, e estas corridas que cumprem tabela trazem situações isoladas interessantes. Primeiro e sempre: deem um carro decente pro Hülk, plmdds. O passão duplo nas Toro Rosso no fim da prova é de tirar o chapéu. É um desalento saber que o pobre vai ter de escolher entre ficar na Sauber – se der – ou negociar uma difícil volta à Force India, a contragosto de Vijay Mallya. Segundo: o boníssimo desempenho de Massa. “Ah, mas terminou em oitavo, atrás de Alonso, isso é patriotada”. Calma. Felipe, hoje, tem de cobrar da equipe o porquê de ter feito uma estratégia com pneus mais duros no fim, sendo que os moles aguentariam e o fariam render melhor. Alonso encaixou uma sequência de voltas rápidas que comprovam a tese. Terceiro e principal: Vettel é tão gênio que foi lá peitar a FIA dando sequência aos zerinhos, um acinte para os velhotes da FIA, e ainda imitou Räikkönen quando ouviu via rádio que tinha de levar o carro aos boxes. “I know what I’m doing”.

E, sim, discutir se Vettel vai ser punido é a demonstração clara do patamar Gourmet da FIA.

Então que a prova de Abu Dhabi se resume a poucas linhas além-Vettel: Webber se aproveitou de um momento para recuperar o também perdido segundo lugar para Rosberg na largada depois de uma parada nos pits – ao menos foi na pista. Nico fez aquilo que se esperava na Mercedes: levou o carro até o fim para ocupar o lugar que restava no pódio. Hamilton, curiosamente, cai pelas tabelas: não tem desempenhos bons já há algum tempinho e se vê obrigado a ter de andar mais lento por tentar parar menos vezes, virando presa fácil. Foi só sétimo, longe do parceiro. Grosjean ficou fora do pódio, mas andou no ritmo dos dois anteriores. Alonso só foi quinto graças à tática da Ferrari e seu talento; não tinha carro para tal. Di Resta e a Force India que sempre para menos ficou em sexto; Sutil, décimo. Massa terminou em oitavo, mas o resultado engana. Pérez passou Sutil na última volta para ser nono. Hülk só não está aí no bolo porque a Sauber deu uma rateada ao liberá-lo perigosamente nos boxes, quase acertando o mexicano. Assim não dá.

Bem como não dá para entender por que vão julgar a manobra de Alonso ao sair dos pits sendo enxotado por Vergne após a prova. O que se entende, mesmo, é a louvável tentativa da transmissão em diminuir os furos de Américo Snowden Teixeira sobre Massa/Williams e Maldonado/Lotus. São uns fofos.

Vettel se iguala a Ascari e Schumacher com a sétima vitória consecutiva, imbatível nas férias. O recorde é nove, de Alberto. E nisso vai fazer falta a prova eliminada de Nova Jersey, que poderia transformar Vettel no maior de todos os tempos neste quesito. Fatalmente vai empatar nas duas provas que restam neste fim de feira.

Falando nisso, um chopp e dois pastel cairia bem neste domingo. Para dar uma despertada.