Blog do Victor Martins
F1

X’Abu

  SÃO PAULO | Digamos que esta seja a primeira derrota real de Vettel após a volta das férias da F1. Em Suzuka, quando Webber fez a pole, o tetra-alemônico vinha com problemas em seu KERS e tal. Agora em Abu Dhabi, o zerado-austrálico encaixou uma daquelas voltas que se pode considerar como perfeita no […]

 

SÃO PAULO | Digamos que esta seja a primeira derrota real de Vettel após a volta das férias da F1. Em Suzuka, quando Webber fez a pole, o tetra-alemônico vinha com problemas em seu KERS e tal. Agora em Abu Dhabi, o zerado-austrálico encaixou uma daquelas voltas que se pode considerar como perfeita no cair da noite da cidade para desbancar o parceiro muito melhor sucedido. “Ah, não adianta agora, né?” É. Tem razão. Não adianta.

Mas para Webber, né, zerado em título, zerado no ano, zerado na vida, adianta.

Parece ser a grande chance de Markola de sair da F1 com um gosto bom. Markola não tem sido agraciado com a sorte. Pensa que a equipe o sabota, provavelmente, porque tudo de ruim que lá rola acontece com ele. Na última prova, foi o alternador – e quem o convence de que foi mesmo? Amanhã vai que o calor afeta algo, e ele sai com aquela cara de sarcasmo de comediante de stand-up…

Ver Vettel não dominar o treino é meio estranho. A Mercedes até se animou – inclusive Hamilton rodou no fim tentando aqueles décimos preciosos para a melhor volta, fato raro –, o Q2 encheu de esperanças, mas Rosberg, terceiro, acabou meio segundo atrás dos rubrotaurinos, ainda tendo o companheiro na sequência dos tempos. No mesmo décimo da Mercedes também ficaram Räikkönen, o assalariado, e Hülkenberg, o azarado. O que significa dizer que as Red Bull brigam pela vitória, a Mercedes reza por uma quebra para encaixar seus dois pilotos no pódio e os pilotos da terceira fila vão lá para incomodar e torcer contra.

Se bem que não adianta muito Hülk torcer pra algo. É sempre o contrário.

Grosjean e Massa estão ali na quarta fila. O primeiro até que tem lá alguma chance de recuperação, vide o carro que tem e os desempenhos recentes. O Pica-Pau de Polainas ganhou confiança. Um homem confiante exalta sua soberania, já dizia Confúcio. Ou o Renan do Couto, não sei bem. Felipe não tem carro. A Ferrari vai naquele ritmo de fim de feira em que o tomate vermelho já tá meio desbotado ali no chão pedindo para ser levado por 35 centavos de dilmas. Alonso não passar para o Q3 é o maior símbolo. A cara dele de glúteo molenga na entrevista denota seu desejo de que 2013 acabe o mais rápido possível.

O resto é o resto de sempre. Passa.

Daí a gente junta os ingredientes para pensar na receita. Webber larga como um caramujo que aposta corrida. É só Vettel fazer o de sempre, ser competente, que tende a contornar a primeira curva na frente. E daí a gente sabe o que acontece. Não é muito fácil ser Webber na vida, diria Drummond. Quer ganhar, fio? Vai ter de encher o saco ali em segundo e passar na pista. Nos boxes, esquece. A briga boa entre Rosberg e Hamilton há de ser mais interessante. E sei lá que diabos vai fazer esse Kimi desmotivado em fazer da Lotus vice-campeã sem pagar-lho – português mais do que arcaio – dois contos de réis. Grosjean é a aposta da Lotus – aliás, cá entre nós, será que o salário de Romain está em dia; ninguém fala nisso.

Quanto a Ferrari, basta dizer que está fazendo um grande esforço para terminar em quarto no campeonato. E Domenicali lá, firmão.