Blog do Victor Martins
F1

Índia seus cabelos, 4

SÃO PAULO | O GP de Cubatão na Índia tendia algum interesse por conta da estratégia diferenciada dos quatro caras que largaram com os pneus médios. Mas o principal deles, Alonso, se estrepou logo na primeira curva, junto com outro desta laia, Webber. A parte direita de sua asa dianteira ficou em lascas, e um […]

SÃO PAULO | O GP de Cubatão na Índia tendia algum interesse por conta da estratégia diferenciada dos quatro caras que largaram com os pneus médios. Mas o principal deles, Alonso, se estrepou logo na primeira curva, junto com outro desta laia, Webber. A parte direita de sua asa dianteira ficou em lascas, e um novo encontrão segundos depois, com Button – terceiro da lista outrista –, pôs fim a qualquer chance do espanhol na corrida. Tanto que nem na zona de pontos terminou aquele que precisava vencer e esperar uma combinação de joana-a-louca para evitar o título de Vettel.

Com duas voltas, Vettel foi jogar fora seus macios, e na parada de Webber, bem mais tarde, verificou-se que o discurso de que tais pneus simplesmente não funcionavam no carro da Red Bull. Aliás, a dança das táticas estava em ver o quanto o australiano teria de defasagem para tentar uma aproximação no trecho final da prova. Mas Webber não tem sorte nem padrinho forte, e justo quando completou 2/3 de prova, premiou o também problemático companheiro com uma conquista perfeita.

Chega de Vettel.

Massa fez uma primeira volta homérica. Passou Webber, como esperado, e entrou embutido nas Mercedes lá no retão do fim do mundo. Hamilton, segundo, chegou a cometer um errinho, que atrapalhou Rosberg e permitiu com que Felipe fizesse um duplo passão para entrar nos melhores momentos do ano. O brasileiro liderou as voltas após Vettel ir aos pits até sua parada. Acabou voltando atrás de Nico, que foi chamado antes e pôde fazer melhores voltas com os pneus novos. Mas conseguiu manter Hamilton atrás de si a prova inteira. O lugar no pódio era bem possível, sobretudo com o abandono de Webber, só que ninguém contava com a perspicácia da tática de Grosjean, que saiu de 17º para ser terceiro. A segunda metade da temporada do Pica-Pau de Polainas merece aplausos. Com pneus mais gastos, conseguiu andar até melhor que Massa – que, com o passar da corrida, tem uma queda acentuada.

De qualquer forma, uma prova que dá uma empolgaçãozinha a Felipe para as provas finais. Vamovê.

Tal como Massa, Pérez chegou em quinto graças a uma ultrapassagem em dois, tendo Hamilton de novo no cenário mais Räikkönen, que se arrastou para chegar ao fim, com direito a uma linda e educada discussão com o engenheiro Alan Permane via rádio. A Lotus ficou putita demais que Kimi atrapalhou Grosjean. As coisas mudam rápido. Kimi é praticamente um segundão lá. E, enfim, o Ligeirinho faz uma prova para tentar se garantir no ano que vem.

Di Resta e Sutil, em estratégias totalmente opostas, ficaram em oitavo e nono: o primeiro parou logo no comecinho enquanto o segundo demorou a vida toda para ir aos pits. Ricciardo, outro que seguiu o esquema Sutil de correr, foi décimo. O GP foi melhorzinho que os últimos, mas também nada que fizesse esfregar as mãos.

O campeonato se resume, nas últimas três corridas, a ver quem é o vice de Pilotos e de Construtores. Alonso, Hamilton e Räikkonen brigam entre si e representam suas equipes na luta para ser a melhor do resto. A Mercedes passou a Ferrari, e a Lotus está bem perto. O próximo circuito é Abu Dhabi, que deve ser de chorar; Austin e Interlagos hão de salvar o fim de feira.