Blog do Victor Martins
F1

Salut, Gilles

SÃO PAULO | A Red Bull precisou de uma chuvinha, quem diria, para voltar a frequentar o primeiro lugar do grid e enxotar dali Rosberg e sua Mercedes. Embora tivesse andado no ritmo da equipe prateada no pouco tempo que teve em pista seca, ainda faltam uns décimos na hora do vamovê. Hamilton, que era […]

SÃO PAULO | A Red Bull precisou de uma chuvinha, quem diria, para voltar a frequentar o primeiro lugar do grid e enxotar dali Rosberg e sua Mercedes. Embora tivesse andado no ritmo da equipe prateada no pouco tempo que teve em pista seca, ainda faltam uns décimos na hora do vamovê. Hamilton, que era o franquíssimo favorito pelo retrospecto que tem em Montreal e pelo carro, ficou 0s083 atrás só.

É uma primeira fila interessante, e ainda melhor para Vettel que a segunda apresente Bottas e Rosberg, dois paredões para a evolução dos principais rivais do alemão. Por partes: a temporada ruim da Williams impede que se olhe com precisão para o desempenho do finlandês, mas ver que é a quinta vez que ele larga à frente de Maldonado, rapidíssimo em volta única, e esta habilidade para guiar em chuva dão claros indícios de que se trata de um piloto bom. A corrida deste domingo pode, sim, definir o que Valtteri será na F1 – como aconteceu com Senna em 1984 com a Toleman em Mônaco ou Vettel em 2008 com a Toro Rosso em Monza. Sobre Rosberg, é até estranho vê-lo numa segunda fila, mas haveria de acontecer. E os concorrentes de Vettel, Alonso e Räikkönen, estão mal no grid, sexto e décimo, respectivamente. Têm carros bons para brigar pela vitória, mas muita gente a passar até chegar em Sebastian.

Será esta a tônica da boa corrida que se desenha no Canadá – e, sim, já estou eliminando Webber deste cenário, já que o australiano fará questão de perder uma posição na largada, como sempre tem acontecido. “Mas você crê que Bottas vai segurar a rapa, ainda mais considerando que não deve chover?” Não, claro que não, mas o jovem vai querer aparecer e fazer justamente a corrida da vida. A habilidade será testada aí, em como segurar o ímpeto da cambada. Rosberg e Hamilton aguentam o tranco até a primeira parada. Alonso e Räikkönen, por sua vez, torcem para que a corrida lote de safety-cars.

Quanto a Massa, já pode pedir uma música no Fantástico pelo terceiro acidente seguido. A vida de Felipe é uma montanha-russa: uma hora está lá no topo, andando bem, e de repente a sequência de acidentes vêm aí para abalar o psicológico. O brasileiro, 16º no grid, fatalmente vai vir para o ataque, mas muito preocupado em não ocasionar mais uma avaria. Justamente num circuito afeito às batidas, não só com seus muros próximos, mas com uma largada em um trecho estreito em que o pessoal do meio do pelotão se mistura nas duas primeiras curvas. E essa derrocada de Massa vem na pior hora possível quando se vê que Kanaan e Castroneves estão se dando bem demais na Indy, olhando pelo lado do torcedor brasileiro.

A primeira vitória de Vettel e da Red Bull no Canadá está bem próxima, dados os ingredientes. Mas se Mônaco é a corrida mais previsível do mundo quando o grid é formado, a de Montreal está no outro extremo. Quando se vê os resultados das provas anteriores, o pódio de Pérez com a Sauber no ano passado, a vitória de Button em 2011 e tantos outros fatos, só se pode falar que tudo pode acontecer. #clichê

Pena que o povo só vai ver a primeira parte da corrida…