Blog do Victor Martins
F1

Xeque-mate

SÃO PAULO | A Pirelli deu hoje mais um passo para a eclosão apropriada de uma guerra sem na prática entrar na batalha que a artilharia da F1, liderada por Vettel, vem armando nas últimas semanas. Ouvindo que seus pneus não são bons o suficiente e no meio-termo entre manter o produto que tem e […]

SÃO PAULO | A Pirelli deu hoje mais um passo para a eclosão apropriada de uma guerra sem na prática entrar na batalha que a artilharia da F1, liderada por Vettel, vem armando nas últimas semanas. Ouvindo que seus pneus não são bons o suficiente e no meio-termo entre manter o produto que tem e trazer a receita do ano passado, a fornecedora começa a pressionar paralelamente as 11 equipes para firmar os acordos necessários para garanti-la no espetáculo — como protagonista ou coadjuvante.

O contra-ataque dos italianos foi claro e inteligente: enquanto ninguém se decide, chora ou se conforma, a fabricante quer que todos concordem, de papel assinado e tudo, que seja ela a responsável pela borracha do ano que vem e dos seguintes o quanto antes, afinal vai precisar entregar em pouco mais de três meses o resultado de seus novos pneus, que obviamente vão ter de se adaptar ao novo regulamento da F1, o de motores menores, mas turbinados. Do contrário, cai fora da brincadeira. Simples.

E todo mundo vai ter de assinar logo, porque ninguém está disposto a pegar uma outra empresa nesta altura do campeonato para lidar com uma incógnita. Xeque-mate.

Provavelmente, a Pirelli não terá muito mais trabalho com 2013 porque as mudanças dependeriam de uma aprovação unânime, e Ferrari, Lotus e Force India, pelo menos, não estão dispostas a beneficiar a Red Bull e seu choro desbragado. De fato, e como já dito, mudar a regra do jogo no meio do campeonato sempre traz a sombria questão de favorecimento, e não é porque agora Sebastian se vê num quase-limbo é que o resto tem de se curvar.

Justiça seja feita: se Alonso virou La Chilica, Vettel já faz jus a uma alcunha semelhante. Pitizenten lhe cabe bem. Um tricampeão que também foi auxiliado vez ou outra pela condição que os pneus lhe trazia tem se mostrado multifacetado neste ano — ao menos neste fim de semana, compensou com um capacete termoativo que mostra peitinhos. Os brados que destina ao grupo de Paul Hembery poderiam encontrar os ouvidos de Adrian Newey e companhia para que averiguassem onde é que o carro deste ano não é aprazível aos pneus.

Porque nem na Mercedes, a maior destruidora de borracha que a F1 viu nos últimos tempos, se ouve um mimimi tão grande.