Blog do Victor Martins
Automobilismo brasileiro

Vai, claro…

SÃO PAULO | Cleyton Pinteiro, o presidente da CBA, apareceu no Anhembi no último fim de semana como parte de sua extensa agenda de eventos públicos e atividades que o cargo lhe exige, por assim dizer. O Renan do Couto o pegou de jeito para uma entrevista, abordando-o sobre os autódromos de Interlagos e Deodoro. […]

SÃO PAULO | Cleyton Pinteiro, o presidente da CBA, apareceu no Anhembi no último fim de semana como parte de sua extensa agenda de eventos públicos e atividades que o cargo lhe exige, por assim dizer. O Renan do Couto o pegou de jeito para uma entrevista, abordando-o sobre os autódromos de Interlagos e Deodoro.

Pinteiro deu suas opiniões. Falou que Bernie Ecclestone fez uma “pressãozinha” sobre a prefeitura de São Paulo para fazer uma reforma necessária porque “as equipes ficam mal acomodadas”. Reiterou que “a F1 não pode sair do Brasil” e que “Deodoro sai”, achando a dúvida que paira sobre a construção do autódromo fluminense “bem interessante” porque voltaram a falar do assunto.

Também tenho algumas opiniões sobre o assunto. Faz quatro anos que Pinteiro está no comando do automobilismo brasileiro. Desde então, o Brasil perdeu seus representantes no Conselho Mundial da FIA, bem como na Comissão de Kart. Nunca moveu uma palha para a sobrevivência de Jacarepaguá, bem como d’outros, kartódromos inclusos, além de não apresentar projeto nenhum para a construção de qualquer outro circuito. Saindo da área dos palcos esportivos, também não se mexeu para manter viva nenhuma categoria e, na prática, comanda um órgão meramente atuante em homologar e tungar grana de dirigentes e pilotos. Ainda, detém os presidentes de federações nas mãos, muitas delas envoltas em denúncias de mau funcionamento de gestão e desvio de dinheiro.

O automobilismo brasileiro simplesmente afunda. Diante de uma Copa do Mundo e das Olimpíadas no Rio, há de sucumbir ainda mais pela falta de investimentos e patrocínios, naturalmente deslocadas para estes dois supraeventos. E o presidente vomita suas crenças, somente crenças, de que o Brasil nunca pode perder a F1 e que é ótimo que o assunto Deodoro volte à tona porque é bom tê-lo no noticiário — lavando as mãos para o terreno com um campo minado porque não entende do assunto.

Diria um personagem de elite aí que o senhor é muito fanfarrão — o que é um eufemismo.