Blog do Victor Martins
F1

Os 23 dias de Razia

SÃO PAULO | Logo depois do desenrolar dos atos que culminaram no término do contrato e na reposição de Jules Bianchi que chamei Razia para uma conversa. “Gostou da novidade?”, ainda disse. Luiz ainda se refazia do momento, que lhe era, sim, novidade. Enquanto recebia a ligação da Marussia, a imprensa já dava sua saída. […]

SÃO PAULO | Logo depois do desenrolar dos atos que culminaram no término do contrato e na reposição de Jules Bianchi que chamei Razia para uma conversa. “Gostou da novidade?”, ainda disse. Luiz ainda se refazia do momento, que lhe era, sim, novidade. Enquanto recebia a ligação da Marussia, a imprensa já dava sua saída. “Fiquei surpreso”, confessou. E daí o baiano passou a contar o que foram seus 23 dias como titular, as negociações com a equipe com a qual fechou “porque era o que dava”, a Lotus, a Force India, os investidores que teimou esconder, a carreira que quase largou para ser engenheiro mecânico e a volta por cima — que vai precisar dar novamente. A entrevista, dividida em três partes, está aqui.

Razia sabia que o desfecho seria este, daí seu conformismo. Porque todos os esforços que ele e sua equipe fizeram nos últimos dias para honrar o pagamento da segunda parcela seriam em vão — se os patrocínios não vieram nos projetos nos últimos meses, não surgiriam no estalar dos dedos e na pressa. Se em um primeiro momento, Luiz avaliou que tudo foi feito de forma correta, depois, ao se deixar expor mais, admitiu que vai precisar sentar para ver “onde foi que erramos” e por que não foi feito um plano B.

O que impressionou nos bons minutos de conversa foi a serenidade com que tudo foi tratado e a maturidade de um rapaz que poderia sair atirando para todos os lados e chorar todas as pitangas possíveis, mas que tem a consciência de que deu errado, de que o “tombo foi duro”, mas que é possível se reerguer, trabalhar e conseguir voltar à F1.

E para isso, que novamente fique bem claro, Luiz tem de trabalhar com gentes claras e sólidas, que não precise escondê-las sob a cortina da ética.