Blog do Victor Martins
F1

Terra do Tejas, 3

SÃO PAULO | Por que não nos surpreendemos com a astúcia da Ferrari? E por que não com a subserviência de Massa, que ainda declarou, segundo vi Fábio Seixas dizer, que “não se encontra piloto como eu”? Bem, tem quem não aceite este tipo de coisa. Mas Felipe precisa, digamos, retribuir. Felipe pagou o preço […]

SÃO PAULO | Por que não nos surpreendemos com a astúcia da Ferrari? E por que não com a subserviência de Massa, que ainda declarou, segundo vi Fábio Seixas dizer, que “não se encontra piloto como eu”? Bem, tem quem não aceite este tipo de coisa. Mas Felipe precisa, digamos, retribuir.

Felipe pagou o preço por Alonso ter ido mal e se posicionado no lado sujo da pista depois da punição de Grosjean. No fim das contas, a estratégia da Ferrari em colocar Alonso de volta na parte limpa valeu logo na largada: pulou de sétimo para quarto, posição que precisava no mínimo para evitar o tri de Vettel, e daquela zona só saiu quando vieram as paradas dos pits. Rabudo como sempre, ainda ganhou um posto mais com o abandono de Webber, novamente por conta do alternador. O alternador é a grande dor de cabeça dos taurinos. Nem o Gol quadrado que meu vizinho tinha dava problema no alternador.

E Vettel, que parecia intocável em Austin, encontrou em Hamilton um danado adversário. Um cara que tinha sede de vitória para sair da McLaren em alta, puto da vida por ter perdido a corrida em Abu Dhabi, e uma equipe que se sentia na obrigação de lhe dar um carro decente. Na única chance que teve, Lewis aproveitou, passou o alemão e venceu. Aliás, seria um tanto legal que Hamilton ainda estivesse na disputa. Daria mais sabor a esta temporada gostosa e charmosa e cheia de puro remelexo, como gosta de dizer o atomatado Renan do Couto com seu mocassim velho.

Se a gente fizesse uma regra proporcional, as corridas de Abu Dhabi e dos EUA se anularam, vide os resultados iguais de Alonso e Vettel. A diferença voltou aos patamares da Coreia. Se por um lado é ruim para o espanhol, que não avançou em seu intento, por outro também foi ruim para Vettel porque ele tinha plenas condições de liquidar a fatura nas duas provas. 13 pontinhos. Já vimos uma situação destas antes, com outra regra de pontuação…

Massa foi galgando as posições até chegar em quarto. Se Alonso fez uma corrida solitária e de certa forma lenta, o melhor funcionário do mês da Ferrari teve um ritmo de prova condizente com o que fez na classificação, muito eficiente. Tanto que chegou menos de 7 segundos atrás do seu companheiro. Depois das férias da F1, Massa marcou 82 pontos e Alonso, 96, e teve trocas de posição, aviso de não ataque, punição e zás. É o melhor momento do brasileiro desde sua volta. Mas que a torcida, e isso inclui Brasilino Pacheco, não tenha ilusão alguma de que vá lutar pela vitória em Interlagos se o título ainda estiver por ser definido.

Button fez ótima prova de recuperação, depois de cair para péssimo-quarto, Raikkonen e Grosjean tiveram lá seus momentos, mas nada que lembrasse o desempenho da prova anterior, Hülkenberg, esse monstro, foi oitavo, e aí vieram as Williams de Maldonado e Senna. Que mais uma vez beliscou um pontinho. Mas nada mais para um carro que parecia melhor do que foi.

A corrida foi interessante, mas confesso que esperava mais. No começo, aquela disputa entre oitavo e 15º tava bem legal. Depois, foi uma ou outra coisa. Mas Austin parece se tornar a casa fixa dos americanos na F1, ainda mais com o apoio dos chicanos. É uma pista interessante, e se a Pirelli acertar nos pneus no ano que vem, será das melhores.

Melhor coisa foi ver o pódio com os caras com chapéu de caubói. Aqui, se a Pirelli quiser inovar, bota os três com boné de aba reta tipo mano ou colete à prova de balas, dada a situação beligerante em que nós nos encontramos. E nós vamos trabalhar todos bastante, todos pimpões e catitos, nos próximos dias. Temos mais um título para ver ‘in loco’.