Blog do Victor Martins
F1

Terra do shanti, 3

SÃO PAULO | Claro que com duas voltas e a Red Bull abrindo quase 2 segundos para o embolado entre McLaren e Ferrari que já se via que Vettel iria para as cabeças na Cubatão da Índia, em uma corrida modorrenta e porrística. Muita gente quis ser convidada para a festa da democracia para ver […]

SÃO PAULO | Claro que com duas voltas e a Red Bull abrindo quase 2 segundos para o embolado entre McLaren e Ferrari que já se via que Vettel iria para as cabeças na Cubatão da Índia, em uma corrida modorrenta e porrística. Muita gente quis ser convidada para a festa da democracia para ver se encontrava um ambiente mais animado. O que não era muito previsto era o segundo lugar de Alonso, que fez uma primeira volta fantástica, conseguindo ultrapassar por um instante as duas McLaren no retão, livrando-se de vez dos carros prateados giros depois e, com o passar da vaquejada, ir perturbar o problemático Webber.

Webber teve problema no Kers, é bom que se diga. Do contrário, o pódio seria igual ao da Coreia. Mas Alonso, rapaz, é fodástico. Andou um bom tempo no ritmo das Red Bull e foi pra cima quando viu o rival combalido. Recebeu, por isso, um elogio em italiano dos mais deslumbrantes: “É um lutador com talento extraordinário”. De fato. A luta pelo título é quase desumana ao espanhol, que pelo menos brigou para que Vettel aumentasse o mínimo possível a diferença no campeonato. Agora está em 13, mas do jeito que vai a coisa, Austin decide a parada – sem TV ao vivo aqui; chorem.

Vettel realmente mudou o campeonato que se iniciou como o melhor da história para o roteiro de 2011, um João Emanuel Carneiro que fez de ‘Avenida Brasil’ uma novela memorável em seus primeiros capítulos e depois caiu na vala comum dos demais autores.

Hamilton e Button pouca coisa fizeram. Até no fim tentaram andar rápido e tal, achando que morderiam a carniça de Webber, mas ficaram em quarto e quinto. Incrível como o carro prateado, melhor do grid até três corridas, nem faz sombra a Red Bull e Ferrari. Massa e Raikkonen, que fizeram um primeiro trecho de corrida colado nos prateados, perderam contato ao longo e nada fizeram além. Assim, ficaram em sexto e sétimo. Hülkenberg, ótimo, passou Pérez no primeiro trecho da prova e, como não tinha mais com quem brincar, ficou ali em oitavo. Grosjean, que não bateu em ninguém, foi o nono. E Senna, oh!, em ótima aparição, beliscou um pontinho.

Bruno, diga-se, recuperou-se bem do 13º posto no grid. Andou junto com Rosberg, Maldonado e Grosjean e deu um passão no companheiro que foi bonito. 1 pontinho a mais no bolso, e a disputa fica 33 a 26 em favor do venezuelano, ainda que ela não valha mais nada para o brasileiro na Williams.

Quase não se viu o fim do GP indiano, dada a neblina poluente. Não seria lá de todo mal. Essas corridas asiáticas têm sido um anticlímax danado. Abu Dhabi, que só não é pior que aquele show de horrores de Yeongam, vai só confirmar isso. O mais legal foi aquela dança dos Dhalsim em cima do pódio quase soltando um yoga fire. Bem que poderiam mandar para dar uma esquentada de novo na F1.