Blog do Victor Martins
F1

Mercado aberto

SÃO PAULO | Num dia que ferveu e nos derreteu pelo ouro paralímpico de Alessandro Zanardi, o bonachão Eddie Jordan tratou de pôr pimenta em uma reportagem na BBC, em que crava a ida de Hamilton para a Mercedes no lugar de Schumacher. Nem se faz válido prolongar a seriedade da informação que vem de […]

SÃO PAULO | Num dia que ferveu e nos derreteu pelo ouro paralímpico de Alessandro Zanardi, o bonachão Eddie Jordan tratou de pôr pimenta em uma reportagem na BBC, em que crava a ida de Hamilton para a Mercedes no lugar de Schumacher. Nem se faz válido prolongar a seriedade da informação que vem de um ex-chefe de equipe amplamente integrado ao meio da F1 e que trabalha numa emissora respeitável.

Muito cá entre nós, é daquelas surpresas que chacoalham o mercado para o ano que vem, coisa que quase não aconteceu nos últimos anos — exceto a volta de Raikkonen. Horas antes da informação de Jordan, o Bild — cuja credibilidade é meio suspeita —, afirmou que Hülkenberg já tem um pré-acordo assinado com a Ferrari para o lugar de Massa.

Supondo que seja verdade, uma ótima vaga na McLaren e outra de médio porte na Force India se abrem. A McLaren que anos atrás quis Massa e Barrichello. E que, decerto, não partilha mais desta vontade nos tempos atuais. McLaren que já teve Raikkonen lá e que sabe que o finlandês está plenamente readaptado à F1. Logo, é o melhor piloto que tem para ir atrás.

A questão é que a Lotus e Eric Boullier vão fazer das tripas dinheiro para manter Kimi na equipe ao lado de, possivelmente, Grosjean — se o francês realmente aprender com a suspensão tomada pelo acidente na Bélgica. E é bem provável que consigam, visto que a equipe é grande e nos detalhes aqui e ali não tem chegado às vitórias.

Se devidamente descartado, as portas da McLaren se abrem aos novatos. O primeiro é Di Resta, familiar ao grupo de Ron Dennis e Martin Whitmarsh tanto pelas mãos da Mercedes quanto por seu ex-empresário, Anthony Hamilton, pai de Lewis. O segundo nome natural, mas nem tanto, que surge é o de Paffett. Eterno reserva da equipe, Gary vem fazendo temporada notável no DTM, chegou a ter mais de 40 pontos de vantagem para o resto, e nunca teve lá grandes chances na F1. E sua falta de experiência em tempos de poucos testes é que pesam contra. O terceiro nome é o de Pérez.

“Ah, vá, Pérez?” Sim, diante de dois fatos: 1) a entrevista que deu a Evelyn Guimarães em Spa-Francorchamps em que admite negociar com outras equipes que não a Ferrari, e 2) a Vodafone, principal patrocinadora da McLaren, pensa em reduzir seu patrocínio e pode não seguir na equipe depois de 2013. Pérez tem a rica Telmex, de Carlos Slim, jorrando dinheiro.

Mas seguindo pela primeira hipótese, a de Di Resta, então duas vagas se abrem na Force India. Uma certamente será de Bianchi, terceiro piloto da equipe, que tem por histórico sempre ascender seu reserva no ano seguinte. O outro carro? Massa.

Um dos patrocinadores da Force India é a brasileira Aethra, empresa de sistemas automotivos, que estampou sua marca no kart de Bianchi durante o Desafio das Estrelas do ano passado — evento com organização da família de Massa. A patrocinadora máster da Force India é a Sahara, que não vem bem das pernas depois de uma decisão judicial que vai tungar dela algo em torno de 3 bilhões de obamas. A Kingfisher, empresa aérea de Vijay Mallya, tem uma série de prejuízos e contas a pagar.

Bianchi e Massa têm em comum o mesmo empresário, Nicolas Todt. Que vem a ser parceiro comercial de Rafael Sportelli, dono da Aethra, na ART. Se a empresa tiver bala suficiente, pode ser a grande cartada de Felipe para ficar na F1.