Blog do Victor Martins
F1

O momento da escolha

SÃO PAULO | É bem provável que neste início de férias ‘escolares’ da F1, a Ferrari já tenha uma clara indicação do que quer para 2013 em seu segundo carro. Ao menos, se forem levadas em conta as palavras do fanfarrônico Luca di Montezemolo, uma decisão seria tomada com base na primeira metade do campeonato, […]

SÃO PAULO | É bem provável que neste início de férias ‘escolares’ da F1, a Ferrari já tenha uma clara indicação do que quer para 2013 em seu segundo carro. Ao menos, se forem levadas em conta as palavras do fanfarrônico Luca di Montezemolo, uma decisão seria tomada com base na primeira metade do campeonato, ou até antes. Ou Massa provava seu valor e seguiria por mais um ano ou iam procurar vida lá fora.

Ainda que fosse difícil imaginar que aceitasse sair da Red Bull pelo momento que vive (vivia) no campeonato, Webber e a Ferrari chegaram a conversar. Como a equipe vive um ‘aloncentrismo’ e Fernando tem o poder de decisão sobre seu companheiro, o australiano lhe pareceria a medida perfeita: melhor que Massa, o ajudaria no desenvolvimento do carro e, sobretudo, à Ferrari brigar com McLaren e os taurinos na luta pelo título de Construtores, coisa que é impossível desde 2009, sem incomodar o reinado do espanhol.

Sem uma opção no leque, os italianos têm ali berrando e brilhando o nome de Pérez. Só que do mesmo jeito que Massa é esta incógnita — ou não, dependendo do ponto de vista mais racional e pessimista —, Ligeirinho ainda pode suscitar dúvidas pelo seu noviciado, apesar de estar em sua segunda temporada pela Sauber e ter tido desempenhos extremamente vistosos.

Hamilton não tem aparentemente acordo feito com a McLaren para o ano que vem e tem dois pontos interessantes para negociar com o time que onde cresceu e se reproduziu: o salário e os troféus. Pelas palavras da cúpula da equipe, a intenção é baixar o preço do soldo  do inglês porque a situação da Europa tá ru-im. E Hamilton quer levar para si os prêmios que recebe no pódio, coisa que a McLaren oprime. Seria um nome fortíssimo para a Ferrari, mas há um outro ponto (grande): o passado com Alonso. 2007. Hoje com relacionamento bom, Fernando não toparia o caos em seu reino.

Quase ninguém vê, mas ali no fundo do grid tem um Kovalainen que apela e grita para que o tirem do mundo pequeno da Caterham. Pode não ser muito bem visto por aqui, mas o finlandês tem a simpatia e o apreço de seus pares no grid — tanto que o próprio Hamilton, não tem muito tempo, rendeu-se à qualidade de Heikki, seu companheiro por duas temporadas. Kova foi substituto de Alonso na Renault, mas os dois conviveram juntos um tempo. A princípio, teria passagem livre. Mas não deve ser bem o que a Ferrari quer.

Agora pintou Raikkonen na lista da Ferrari. O frio Kimi disse que não se oporia voltar — talvez nem lembre que esteve lá e foi campeão, de tão desligado que é —, mas a Lotus vai gastar os tubos para que fique ao lado de Grosjean. A readaptação de Kimi à F1 é das coisas mais impressionantes — já esteve bem perto de vencer umas tantas vezes —, diferente de Massa, que pena para entender o funcionamento dos Pirelli. Alonso gostaria de Raikkonen como companheiro? Provavelmente não.

Outros nomes aqui e ali surgem, mas são como os nanicos das eleições. E diante deste cenário, há uma indicação de um ‘match’ virtual, até porque as restrições da F1 em seus testes impediriam um vestibular. Pérez é a bola da vez, mas é uma aposta de risco. Assim, ainda que Massa faça um campeonato como esperado — ruim, com a pontuação de uma vitória em 11 corridas —, a Ferrari pode não ter opções senão ficar mais um tempo com Felipe.

As férias vão dar muito trabalho pelos lados de Maranello.

E para os caros leitores, Massa já está fora? Tem chance e seu adversário é Pérez? Ou mais alguém está na briga?